Saúde

Obesidade infantil: Como falta de rotina impacta na saúde das crianças

Reeducação alimentar, atividades físicas e até medicamentos podem ser utilizados no tratamento orientado por especialistas

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4 de novembro de 2020
Ninho Digital

Uma em cada três crianças de 5 a 9 anos está acima do peso no Brasil. A estimativa é que, até 2025, o país tenha até 11,3 milhões de crianças obesas com chances de continuar acima do peso até a idade adulta e desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Obesidade infantil: Como falta de rotina impacta na saúde das crianças
Foto: Flickr / Reprodução

De acordo com Jamille Linhares, médica gastropediatra, “as crianças acima do peso podem não ter uma nutrição adequada à idade delas”, afirma. A obesidade infantil pode ser classificada como endógena, causada por doenças orgânicas, e exógena, que é quando ocorre um desequilíbrio entre a ingestão alimentar e o gasto energético.

“A obesidade exógena pode levar a doenças crônicas, como doenças cardiovasculares, e alterações hepáticas, como esteatose hepática, e até a síndrome metabólica, que é um conjunto de riscos metabólicos que provoca alterações como diabetes, alterações renais e até acidentes vasculares cerebrais, mais raros em crianças”, explica a médica.

Jamille Linhares ressalta que hábitos alimentares saudáveis são decisivos para que a criança não tenha outras complicações. “O principal fator determinante nestes casos é a educação familiar. O meio em que o paciente vive é muito importante para que se tenha um adequado ganho corporal”, avalia.

Diagnóstico e tratamento

Para avaliar se uma criança está ou não acima do peso, os especialistas consideram fatores como histórico pessoal, rotina e hábitos alimentares. A nutricionista Larissa Leite, complementa que, para o diagnóstico, também são realizados exames ambulatoriais para verificar as taxas de colesterol, triglicerídeos e glicemia.

Arte: GC+

“A criança deve ter uma rotina com horários regulares de alimentação, evitando beliscar entre as refeições. Quando tiver sede, é importante ofertar água e não sucos açucarados ou refrigerantes”, ressalta Larissa.

Os alimentos processados também devem ser evitados. “A introdução de açúcares artificiais deve acontecer apenas após os dois anos, quando a criança deixa de ser lactente”, completa.

O tratamento da obesidade consiste em uma reeducação alimentar, realização de atividades físicas e, se necessário, controle das taxas da criança com medicamentos receitados pelo pediatra. Jamille reforça que, quanto mais tempo a criança fica sem tratamento, mais ela está propensa a ter complicações da saúde e traumas psicológicos que podem torná-la um adulto obeso e mais fragilizado.

“Em casa, a criança precisa ter escolhas alimentares saudáveis e ela precisa participar desse processo, indo ao mercado com os pais, ajudando a escolher as frutas e verduras”, finaliza Larissa. A nutricionista recomenda, ainda, uma refeição colorida e um prato mais atrativo, além de evitar alimentar-se em frente às tecnologias, como TV e videogame.

 

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