A alta no preço dos alimentos e das passagens aéreas pressionou a inflação de outubro na Região Metropolitana de Fortaleza, que atingiu 0,83%, abaixo da taxa registrada em setembro (1,22%). Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano, a inflação acumula alta de 3,40% (acima do acumulado nacional de 2,22%) e, em 12 meses, de 4,95%, acima dos 4,13% observados nos 12 meses anteriores. Em outubro de 2019, o indicador havia ficado em 0,04%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta em outubro. A maior variação (1,98%) veio, mais uma vez, de alimentação e bebidas, que desaceleraram em relação ao resultado de setembro (3,22%). Isso ocorreu em função das altas menos intensas em alguns alimentos, como o arroz (11,41%) e o óleo de soja (15,44%), que no mês anterior haviam ficado em 20,58% e 33,96%, respectivamente.
Por outro lado, a alta nos preços do tomate (15,95%) foi maior que em setembro (0,43%). Outros itens, como tubérculos, raízes e legumes (5,53%) e a batata-inglesa (18,44%), também registraram variações positivas em outubro, após recuo dos preços no mês anterior. As carnes subiram 3,01%. Já no lado das quedas, destacam-se manga (-27,82%), a cebola (-13,35%), e as hortaliças e verduras (-7,98%).
O segundo maior impacto sobre a inflação veio dos transportes (0,82%), principalmente, das passagens aéreas (31,88%). Houve alta nos preços das passagens em todas as regiões pesquisadas, que foram desde os 21,66% em Porto Alegre até 49,71% em Curitiba.
“A alta nas passagens aéreas parece estar relacionada à demanda, já que com a flexibilização do distanciamento social, algumas pessoas voltaram a utilizar o serviço, o que impacta a política de preços das companhias aéreas”, explica Pedro Kislanov, lembrando que os preços das passagens foram coletados em agosto para quem ia viajar em outubro.