As eleições municipais de 2020 mexeram consideravelmente com a Câmara Municipal de Fortaleza. Dos 43 vereadores eleitos, 23 são novos na Casa, uma renovação de 53%. A cientista política Carla Michele Quaresma explicou o que a mudança significa para a Capital e para a democracia.
“Temos que pensar a democracia dentro desse processo de renovação. É imprescindível que haja no regime democrático essa alternância. As mudanças sociais são refletidas nas casas legislativas, que representam a maior expressão da vontade popular”, disse.
Para se ter uma ideia, 20 candidatos a vereadores que buscavam um novo mandato não conseguiram se reeleger. Carla explicou o fato: “Essa renovação é reflexo de vários fatores. As eleições deste ano foram marcadas pelo impedimento das coligações partidárias e isso mudou significativamente a situação partidária. Existiam aqueles candidatos puxadores de votos, que acabavam elegendo outros candidatos da coligação e muitas vezes de partidos políticos completamente distintos. E claro, nós já percebemos em 2018 uma tendência a uma alternância no poder”, ressaltou.
O que se sabe é que a próxima gestão terá uma forte oposição na Câmara de vereadores. Embora a candidatura governista tenha sido a que elegeu a maior bancada no Legislativo, a vida de José Sarto não será fácil, caso seja eleito. É possível que as bancadas de PT e Psol formem um grupo a impor dificuldades ao gestor. Some-se a isso, os 12 parlamentares da bancada eleita pela chapa de Capitão Wagner.
Caso Wagner seja eleito prefeito ele terá uma oposição ainda mais dura. Somente o PDT, partido de Sarto, elegeu 10 vereadores, se tornando a maior bancada da Câmara.
“É claro que essas mudanças refletem no plano municipal, pois isso gera novos desafios, novas necessidades de fazer novas composições, pois o chefe do executivo não governa sozinho, ele precisa da Câmara dos Vereadores”, ponderou.
Assista ao vídeo do Ceará no Ar:
https://www.youtube.com/watch?v=HldM2pSq3aY&t=35s