Pães, bolachas, massas e bolos são alguns dos muitos alimentos que têm o glúten na sua composição. Presente no trigo, na cevada e no centeio, o glúten é uma proteína que tem um papel importante na parte tecnológica da produção do alimento, dando estrutura e viscosidade.
Cerca de 1% da população mundial possui a doença celíaca, que é intolerância ao glúten. Nela, o glúten não é bem aceito pelo intestino. Quando ele chega ao órgão desses pacientes (e só neles), desencadeia uma reação do sistema imunológico causando sintomas como diarreia, dor e inchaço abdominal.
A nutricionista Mariana Etchepare, afirma que o glúten tem sido cortado de forma precipitada pela população para fins de emagrecimento. “Muitas pessoas acham que o glúten engorda ou faz mal para a saúde, mas isso não é verdade. Ele faz parte da produção dos alimentos, para que o produto seja mais coeso, por meio da gliadina e da glutenina. Mas a falta de informação e as dietas sem prescrição de um nutricionista têm feito com que as pessoas cortem o trigo para evitar o glúten, o que pode afetar negativamente a saúde da população”, diz a especialista.
Mariana ressalta que o trigo e, consequentemente, o glúten, só deve ser retirado da dieta em casos de alergia ou recomendação de um nutricionista. “O problema é que muitas pessoas não possuem uma restrição para o glúten e estão cortando o alimento de forma inadequada. O glúten não é um vilão e deve ser evitado apenas por quem tem essa restrição, quem realmente não pode consumir. E, para isso, é preciso realizar um exame e ter o diagnóstico de um nutricionista”, diz Mariana.
As consequências de estabelecer uma dieta sem trigo de forma precipitada são muitas. Cansaço constante, alteração no sono, perda de massa magra e enfraquecimento do sistema imunológico são alguns dos problemas de saúde que a falta desse alimento pode provocar.
A nutricionista explica que o trigo é uma das principais fontes de energia nas refeições e que, por isso, não deve ser retirado da dieta por causa do glúten. “Por ser rico em carboidratos, todos os alimentos à base de trigo são uma das principais fontes de energia. Temos a farinha de trigo branca, integral e o farelo de trigo que contém proteína e ferro, bastante usado por quem tem diabete e colesterol alto”, afirma.