No mês de agosto, o Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) subiu 2,44% em 12 meses, enquanto a inflação dos alimentos subiu 8,83% no mesmo período. Com o isolamento social, as pessoas se movimentaram menos e com os bares e restaurantes fechados, as vendas em supermercados dispararam. A maior demanda na quarentena é um dos fatores que pressionou a alta nos preços dos alimentos.
“A alta do dólar incentiva os produtores a aumentarem as exportações, reduzindo, assim, a oferta de produtos no mercado interno. Além disso, vale ressaltar o uso do auxílio emergencial, o benefício do governo federal estimulou o aumento do consumo”, comenta Leonardo Almeida, CEO da Menu, startup de tecnologia voltada para comercialização de bens de consumo que dispõe para seus clientes – comerciantes, donos de bares, pizzarias e restaurantes – mais de 45 mil produtos por meio de um marketplace.
De acordo com Leonardo Almeida, o índice de preço dos restaurantes é o mesmo dos supermercados e alimentos de mercearia básica. “Por isso, a alta dos alimentos também tem refletido nos restaurantes, mas não é um ponto crítico na cadeia, como no caso do preço da carne no final do ano passado. O comerciante que faz compra pelo menos uma vez durante a semana, para completar seu estoque, deve prestar mais atenção em relação ao Custo de Mercadoria Vendida (CMV), o valor do produto faz toda a diferença no processo de pós-venda”, afirma.
Para não pesar no bolso do comerciante, uma das alternativas é repassar esse preço ao consumidor. “O dono do restaurante pode escolher reverter esse valor para evitar prejuízos. Muitas vezes os próprios funcionários não se sentem confortáveis em comunicar esse aumento, porque quebra a expectativa do cliente. Mas os funcionários precisam estar confortáveis de que não é um repasse para colocar dinheiro no bolso no dono do estabelecimento”, justifica.