A Polícia Federal apreendeu, nesta quinta-feira (3), veículos de luxo, relógios, dinheiro e obras de arte, além de bloquear valores bancários de um grupo suspeito de fraudes nas operações de crédito consignados em folha dos servidores do Governo do Ceará. Ao todo, a Operação Onzenário apreendeu R$ 106 milhões em contas bancárias e bens materiais.
Os crimes aconteceram entre 2008 e 2014. “As pessoas que estão sofrendo as medidas judiciais são um ex-secretário do Governo do Estado, empresários e também, ex-gestores de instituição financeira. As medidas foram cumpridas em Fortaleza, São Paulo e Salvador”, revelou Dennis Cali, superintendente da Polícia Federal no Ceará.
“O gerenciamento dessa margem consignada dos empréstimos movimentou, nesse período, em torno de R$ 600 milhões, através de um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro”. Dennis Cali, superintendente da Polícia Federal no Ceará
Para fazer o esquema acontecer, os envolvidos montaram empresas de fachada e um “laranja”. O grupo é investigado por crime contra o sistema financeiro nacional, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, fraude de licitações e lavagem de dinheiro. Quatro pessoas foram presas temporariamente por 5 dias, mas o prazo pode ser ampliado.
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De acordo com Alan Robson, delegado regional de Combate ao Crime Organizado, o esquema foi denunciado ainda em 2012 e consistia “em um grande prejuízo aos servidores públicos do Estado do Ceará. Eles pagavam juros mais altos em razão desse esquema fraudulento. Esse enriquecimento ilícito dos servidores públicos, empresários e gestores de banco”.