Exame papanicolau é o melhor caminho para a detecção do tumor em fase inicial; jornalista de 58 anos revelou o problema na quarta-feira (2)
Saiba como detectar câncer de útero precocemente, como Fátima Bernardes
A apresentadora Fátima Bernardes, 58, revelou, na quarta-feira (02), que recebeu o diagnóstico de um câncer de útero em estágio inicial após passar por “uma série de exames de rotina”.
De acordo com o ginecologista e obstetra Alexandre Pupo, dos hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein, em São Paulo, o melhor método para a detecção precoce do câncer do colo do útero é fazer o exame papanicolau.
O Inca (Instituto Nacional de Câncer) define o papanicolau como um exame preventivo, que permite identificar lesões precursoras, ou seja, aquelas que antecedem o aparecimento da doença.
“Ele vai nos dar uma ideia de que existe ali uma doença invasora microscópica. Uma vez detectada a alteração no papanicolau, a gente faz outro exame, a colposcopia, onde olhamos o colo do útero com uma lente de aumento que permite a visualização de lesões muito pequenas, não visíveis a olho nu”, explica.
Uma vez identificadas, as lesões passam por biópsia. Pupo afirma que detectar o câncer de colo de útero em fase inicial – quando está restrito a esse órgão e ainda é menor que 2 cm – permite que o tratamento seja, via de regra, curativo.
“Nessa fase, o câncer pode ser tratado exclusoivamente, com cirurgia para a retirada do colo do útero, sem necessidade de tratamentos adicionais”, afirma.
O especialista acrescenta que o papanicolau pode ou não ser associado a uma pesquisa para identificar a presença do HPV (papilomavírus humano).
“A presença do HPV sozinho, sem nenhuma alteração no papanicolau, não é um fator de risco definitivo para o câncer de colo do útero, mas sim um preditor de risco. Ou seja, me diz que é uma paciente que tenho que olhar com mais cuidado”, destaca.
Esse fato se explica porque a causa do câncer de colo do útero é a infecção persistente por alguns tipos de HPV, segundo o Inca. No entanto, a maioria das mulheres infectadas não desenvolvem o tumor. “Em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer”, esclarece a instituição.
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Quem deve fazer o papanicolau e quais os cuidados
O Ministério da Saúde recomenda que o papanicolau seja feito por toda mulher que já tem vida sexual ativa – especialmente as que têm entre 25 e 59 anos. De início, ele deve ser realizado anualmente, por dois anos seguidos. Se não for detectada nenhuma mudança, a mulher deve ser examinada a cada três anos.
Para garantir um resultado correto, o Inca orienta que as mulheres não tenham relações sexuais – mesmo com camisinha – um dia antes do exame, evitem o uso de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores.
“É importante também que não esteja menstruada, porque a presença de sangue pode alterar o resultado. Mulheres grávidas também podem se submeter ao exame, sem prejuízo para sua saúde ou a do bebê”, observa instituto.
Como é feito o exame
O papanicolau é indolor, simples e rápido. Confira o passo a passo:
1 – Para a coleta do material, é introduzido na vagina um instrumento chamado espéculo (conhecido popularmente como “bico de pato”);
2 – O profissional de saúde faz a inspeção visual do interior da vagina e do colo do útero;
3 – O profissional promove a escamação da superfície externa e interna do colo do útero com uma espátula de madeira e uma escovinha;
4 – As células colhidas são colocadas numa lâmina de vidro para análise em laboratório especializado em citopatologia, o estudo das celúlas e suas alterações que podem indicar doenças.
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