Cientistas do LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica) e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) identificaram uma nova linhagem do SARS-CoV-2, o coronavírus causador da covid-19.
A constatação foi obtida a partir do sequenciamento de 180 genomas virais em diferentes municípios do Rio de abril a novembro deste ano. O resultado da pesquisa foi divulgado nesta terça-feira (22) na página do LNCC no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Leia também | Saiba onde fazer teste para covid-19 gratuito em Fortaleza
A nova linhagem de SARS-CoV-2, originada da linhagem B.1.1.28, é caracterizada pela presença de cinco mutações: C100U, C28253U, G28628U, G28975U e C29754U. Além dessas, a mutação G23012A (E484K), no domínio de ligação ao receptor da proteína Spike, está amplamente espalhado nos genomas dessa nova cepa.
Segundo o estudo, o primeiro registro dessa nova cepa aconteceu em outubro, mas o surgimento dessa variante teria acontecido três meses antes, em julho.
“O surgimento desta linhagem provavelmente pode ser associada à elevação do número de casos covid-19 no estado”, escreveram os pesquisadores. O estudo aponta ainda que a nova onda de infecção pode ser caracterizada pela presença dessa linhagem recém-descoberta.
Leia também | Covid-19: Vanderlei Luxemburgo recebe alta após 11 dias internado
Os cientistas afirmam que o aumento significativo na frequência desta linhagem levanta preocupações sobre a necessidade contínua de vigilância genômica durante a segunda onda de infecções e sobre a gestão da saúde pública no país.
Apesar do alerta, o especialistas explicam que muitas mutações surgem no genoma SARS-CoV-2 durante o ciclo de replicação do vírus e que isso não é algo incomum, mas que na maioria dessas variantes são perdidas como resultado de um processo de seleção natural.
O Rio de Janeiro é o segundo estado brasileiro com o maior número de casos de covid-19, atrás de São Paulo. No ranking mundial da pandemia, o Brasil ocupa a terceira posição em números totais atrás dos EUA e da Índia.