Instituto, que vai produzir a CoronaVac, é o primeiro a fazer a solicitação no país; Anvisa tem 10 dias para aprovar o pedido
Anvisa recebe pedido de uso emergencial do Butantan
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu nesta sexta-feira (8) pedido de autorização para uso emergencial da vacina Coronavac. O pedido foi realizado pelo Instituto Butantan, que, no Brasil, conduz os estudos da vacina desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac e vai produzir o imunizante no país. A agência terá 10 dias a partir desta sexta-feira (8) para aprovar o pedido.
A Anvisa afirma que já iniciou a triagem dos documentos apresentados na solicitação. “As primeiras 24h serão utilizadas para fazer uma triagem do processo e checar se todos os documentos necessários estão disponíveis. Se houver informação importante faltando, a Anvisa pode pausar o prazo e solicitar as informações adicionais ao laboratório”, informou, por meio de nota.
Na quinta-feira (7), o Butantan apresentou os resultados dos testes da fase 3 dos estudos clínicos realizados no Brasil com a CoronaVac. Os resultados mostraram que 78% dos voluntários que tomaram a vacina e contraíram a doença tiveram sintomas leves e não precisaram ser hospitalizados. Nenhuma das pessoas vacinadas desenvolveu quadro grave de covid-19.
O governo de São Paulo anunciou que a vacinação com a CoronaVac começa no dia 25. Os primeiros a serem vacinados serão profissionais de saúde, indígenas e quilombolas. Idosos a partir de 75 anos serão vacinados em 8 de fevereiro. A imunização será realizada de segunda a sexta-feira, das 7h às 22h, e aos sábados, domingos e feriados, das 7h às 17h em 10 mil postos.
O previsão é que 9 milhões de pessoas no Estado sejam vacinadas em uma primeira fase, que vai até 28 de março. A vacina deve ser administrada em duas doses, com intervalo de duas semanas. Segundo o governo, 10,8 milhões já chegaram ao país. Vale ressaltar que o início da vacinação depende da aprovação do pedido de uso emergencial da Anvisa.
A CoronaVac também integra o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou na quinta-feira (7) que assinou acordo com o instituto para a compra de totalidade da produção da CoronaVac, que será usada em todo o SUS. “Toda a produção do Butantan, todas as vacinas que estão no Butantan, serão a partir deste momento do contrato, incorporadas ao Plano Nacional de Imunização. Serão distribuídas de forma equitativa e proporcional a todos os estados, como cada uma das vacinas da AstraZeneca”, disse. A AstraZeneca desenvolve, junto à Universidade de Oxford, a vacina de Oxford, que será produzida no Brasil pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Segundo Pazuello, o Butantan se comprometeu a entregar 46 milhões de doses da vacina contra a covid-19 até abril. Outras 54 milhões serão disponibilizadas no restante do ano, totalizando 100 milhões de doses, que é a capacidade total da fábrica.
Ainda não foi confirmada a data de início do plano nacional de vacinação. O ministério diz que trabalha “com três margens temporais”. “Na melhor hipótese, seria em 20 de janeiro; hipótese intermediária, entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro, e hipótese mais tardia, em 10 de fevereiro”, informou, por meio de nota.
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