O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse na manhã desta terça-feira (12) a apoiadores na porta do Palácio da Alvorada que a Ford deixou o Brasil porque queria a renovação de subsídios e que a montadora faltou com a verdade.
“Na verdade, eles tiveram subsídios nossos, ao longo dos anos, de R$ 20 bilhões. Queriam renovar subsídios para fazer carro para vender. Agora, tem a concorrência também aí, chinesa, entre outros. Lamento cinco mil empregos perdidos, mas a imprensa não fala que, em novembro, nós criamos 414 mil empregos. Então, perdemos cinco mil agora, repito: lamento. Mas o que a Ford quer? Faltou a Ford dizer a verdade, né? Querem subsídios. Vocês querem que continue dando R$ 20 bilhões pra eles como fizeram nos últimos anos? Dinheiro de vocês, de impostos de vocês para fabricar carro aqui? Não. Perdeu a concorrência, lamento.”
Nesta segunda-feira (11), a Ford anunciou que deixará de produzir carros no Brasil após cem anos da primeira fábrica no País. A produção dos carros que continuarão sendo vendidos no Brasil será na Argentina e no Uruguai. A montadora citou o custo Brasil como um dos motivos da decisão.
Bolsonaro disse ainda que a Ford manteve a fábrica na Bahia até então “por decisão do senador Antônio Carlos Magalhães, o tal do ACM”, morto em 2007. Bolsonaro elogiou o parlamentar que também foi governador do Estado e ministro das Comunicações durante o fim da ditadura militar.
“ACM podia ter todos os defeitos do mundo, mas era uma pessoa amada na Bahia”, disse Bolsonaro. “ACM lutou e a Ford ficou lá. Agora o governador de lá Rui Costa (PT), que tem senadores com ele, não teve a capacidade de se antecipar ao problema e buscar possíveis soluções”, disse o presidente. “Se bem que a solução que queriam buscar, repito, eram bilhões de reais a título de subsídios”, emendou na sequência.
De acordo com Bolsonaro, “negócio é negócio: deu lucro, o cara fica aqui. Não deu, fecha”. Nesta segunda-feira, dia 11, a montadora anunciou o encerramento da produção no País.