Juíza de São Paulo negou pedido para adiar a prova e afirmou que as autoridades sanitárias locais podem intervir na aplicação, caso exista risco elevado de contaminação
Cidades poderão decidir se há condições para aplicação do Enem, determina Justiça
As prefeituras poderão decidir se há condições sanitárias para aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nos dias 17 e 24 de janeiro. A decisão da Justiça Federal de São Paulo pode afetar 5,78 milhões de candidatos em todo o país. Destes, 322.594 são cearenses.
“A situação da pandemia em uma cidade pode ser mais ou menos grave do que em outra e as peculiaridades regionais ou municipais devem ser analisadas caso a caso, cabendo a decisão às autoridades sanitárias locais, que podem e devem interferir na aplicação das provas do ENEM se nessas localizações específicas sua realização implicar em um risco efetivo de aumento de casos da Covid-19”, diz um trecho da decisão.
A decisão foi assinada pela juíza Marisa Claudia Gonçalvez Cucio, da 12ª Vara Cível Federal de São Paulo, que negou o pedido de adiamento das provas. Segundo a magistrada, caso um município tenha risco elevado de contágio, cabe às autoridades locais impedir a realização do exame. Caso isso aconteça, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) deve reaplicar a prova.
A juíza ainda cita os cuidados adotados pelo INEP para a realização do Enem. “Entendo que as medidas adotadas pelo Inep para neutralizar ou minimizar o contágio pelo coronavírus são adequadas para viabilizar a realização das provas nas datas previstas, sem deixar de confiar na responsabilidade do cuidado individual de cada participante e nas autoridades sanitárias locais que definirão a necessidade de restrição de circulação de pessoas, caso necessário.”, diz outro trecho da decisão.
Pedido de adiamento
O Enem deveria ser aplicado originalmente no mês de novembro, mas após forte mobilização social devido à pandemia de coronavírus, as provas foram remarcadas para o mês de janeiro.
Na semana passada, a Defensoria Pública da União entrou na Justiça pedindo um novo adiamento do Enem diante do aumento de casos da covid em todo o país. A ação foi realizada em conjunto com entidades estudantis como a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas).
Antes da ação na Justiça, estudantes já se mobilizavam com a #adiaenem nas redes sociais pedindo a revisão do calendário de provas.
A AGU (Advocacia Geral da União) argumentou que uma nova mudança de data implicaria em prejuízos financeiros e também prejudicaria a formação dos estudantes.
De acordo com nota, os integrantes da AGU “entendem que todas as medidas de segurança sanitária estão sendo tomadas para a realização do exame neste ano.” Uma força-tarefa foi montada para garantir a segurança jurídica do Enem. Até o dia 7 de fevereiro, data da última prova, pelo menos 75 procuradores federais irão monitorar os processos judiciais em regime de plantão, 24 horas por dia.
O presidente do Inep, Alexandre Lopes, informou que todas as medidas de segurança estão sendo tomadas para a realização do exame e que as medidas foram pensadas em um contexto de pandemia.
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