O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), anunciou nesta quinta-feira (14), que as primeiras doses da vacinação contra o novo coronavírus chegam à capital na próxima segunda-feira (18). Com a chegada, a imunização deve começar na quarta-feira (20), a depender da liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Conforme relatou o prefeito, a distribuição das primeiras doses da vacina ocorrerá de forma “igualitária e proporcional”.
“Participei hoje de reunião remota com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e a Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Pazuello informou que as primeiras doses da vacina contra a Covid-19 serão distribuídas em todo o país a partir de segunda-feira (18) e, assim, podemos iniciar a vacinação na quarta-feira (20) da semana que vem. Esse cronograma depende da liberação das vacinas Coronovac e Astrazeneca pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, escreveu José Sarto nas redes sociais.
Antes de assumir o mandato, José Sarto negou, em entrevista ao GCMAIS, que a imunização contra o coronavírus seja obrigatória na cidade. “Ninguém vai obrigar ninguém compulsoriamente a se vacinar. Entretanto, precisamos disponibilizar para toda a população”, disse.
O prefeito de Fortaleza disse em vídeo divulgado nas redes sociais, nesta quinta-feira (14), que solicitou ao Governo Federal a inclusão dos profissionais da educação entre os grupos prioritários para a vacinação: “Na reunião, solicitei ao representante do Governo Federal que considere, tanto quanto possível, a inclusão dos profissionais da educação entre os grupos a serem imunizados prioritariamente”.
Confira o vídeo:
O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), anunciou nesta quinta-feira (14), que as primeiras doses da vacinação contra o novo coronavírus chegam à capital na próxima segunda-feira (18). #GCMAIS https://t.co/eEnPDTNNkB pic.twitter.com/6qhLiXTrI4
— GCMAIS (@gcmaisonline) January 14, 2021
Na quarta-feira (13), Pazuello já havia dito que a vacinação começaria ainda em janeiro, acrescentando que a imunização teria início simultâneo em todo o país.
O imunizante da AstraZeneca/Oxford foi adquirido pelo Ministério da Saúde junto ao laboratório indiano Serum para garantir o início da vacinação dos brasileiros de forma simultânea e gratuita.
Reunião com prefeitos
O presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Jonas Donizette, disse que a maioria dos 5.570 municípios brasileiros estará apta a iniciar a campanha de vacinação contra a Covid-19 tão logo o Ministério da Saúde distribua os imunizantes.
“Todas as cidades que se manifestaram [durante a reunião] disseram que estão preparadas para realizar a vacinação”, disse o presidente da entidade, logo após se reunir, em Brasília, com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e com técnicos da pasta.
“O ministro disse que os 30 milhões de seringas e agulhas adquiridas são uma regulação de estoque. Caso algum município não as tenha, as receberá antes da próxima quarta-feira”, disse o presidente da FNP. “O ministério disse que qualquer município que necessite pode entrar em contato que mandará as seringas neste final de semana.”
Além dos 2 milhões de doses da AstraZeneca, o Brasil também conta com 6 milhões de doses da vacina do Instituto Butantan, produzida pelo laboratório Sinovac. No total, o plano de imunização nacional contra a covid-19 já tem garantidas 354 milhões de doses contratadas após acordos com os laboratórios.
Entenda o plano nacional de vacinação
O Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19 pelo Ministério da Saúde tem a previsão de imunizar 51,4 milhões de pessoas no primeiro semestre de 2021. A previsão é que toda a população brasileira seja imunizada em 16 meses – os quatro primeiros meses os grupos prioritários e outros 12 para a “população em geral”.
Grupos prioritários
Fazem parte dos grupos prioritários à vacinação aqueles considerados mais vulneráveis à doença além de trabalhadores de serviços considerados essenciais:
– Profissionais de saúde
– Pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas
– População idosa (60 anos ou mais)
– Pessoas com comorbidades
– Pessoas com deficiência permanente severa
– Indígenas
– Comunidades tradicionais ribeirinhas e quilombolas
– Trabalhadores do transporte coletivo
– Pessoas em situação de rua
– População privada de liberdade
– Funcionários do sistema prisional
– Professores do nível básico ao superior
– Profissionais de forças de segurança e salvamento
– Transportadores rodoviários de carga
Três fases iniciais
A vacinação dos grupos prioritários será feita em três fases.
Na primeira fase, serão imunizados:
– Idosos a partir dos 75 anos
– Profissionais de saúde
– Idosos com 60 anos ou mais que vivam em instituições
– Indígenas
– Quilombolas e comunidades tradicionais ribeirinhas
Na segunda fase, o grupo é integrado por:
– Idosos entre 60 e 74 anos
Já a terceira fase inclui:
– Pessoas com comorbidades, como por exemplo diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares
– Pessoas com deficiência permanente severa
Os outros grupos prioritários “serão contemplados na continuidade das fases, conforme aprovação, disponibilidade e cronograma de entregas das doses a serem adquiridas”, afirma o Ministério da Saúde.
Distribuição de vacinas
Segundo o Ministério da Saúde, a logística de distribuição das vacinas será realizada via transporte aéreo e rodoviário.
A pasta informa que dispõe de uma frota de 100 veículos com baús refrigerados e mais 50 deles estarão disponíveis até o final de 2021.
“O Governo Federal distribui até o estado, o estado vai fazer a distribuição aos municípios junto com o Ministério da Defesa, que fará a segurança desse trabalho. A partir daí, os municípios executam o plano de vacinação”, explicou Pazuello.
Municípios cearenses devem fazer cadastro
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) orientou, em nota técnica, que os 184 municípios do Estado façam um cadastro das unidades de atendimento que devem participar do processo de imunização em cearenses contra a Covid-19.
As informações devem ser publicadas no Sistema de Cadastro de Permissão de Acesso (SCPA), que irá possibilitar o acesso e digitação dos dados em uma plataforma do Ministério da Saúde.