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Anvisa autoriza uso emergencial das vacinas CoronaVac e Oxford no Brasil

Foto: Divulgação / Instituto Butantan

Em reunião extraordinária na manhã deste domingo (17), as áreas técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovaram o uso  emergencial da vacina CoronaVac no Brasil. Após esse parecer, os diretores da Agência começaram a votar. Para que os imunizantes pudessem ser liberados, três, dos cinco votos, deveriam ser favoráveis.

A primeira a votar foi Meiruze Freitas, diretora relatora. Em seguida, Romison Rodrigues Mota e Alex Machado Campos votaram pela aprovação. A votação ainda acontece. O anúncio oficial será feito pelo diretor-presidente Antonio Barra Torres.

Vacina CoronaVac

Eficácia e segurança

Após ter sido adiada duas vezes, a divulgação dos resultados de fase 3 — a última de testes em humanos — aconteceu nesta quinta-feira (7) em entrevista coletiva.

Segundo o Butantan, o imunizante foi capaz de prevenir em 100% casos graves e moderados de covid-19 nos voluntários que participaram dos testes.

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Apenas 22% desenvolveram formas leves da infecção pelo coronavírus, o que aponta uma taxa de eficácia de 78%.

A taxa de voluntários vacinados que contraíram a covid-19 não foi divulgada, portanto, a eficácia da vacina para evitar a doença ainda é desconhecida.

Na Turquia, dados preliminares de um teste em estágio final apontaram que o imunizante oferece 91,25% de proteção contra a covid-19.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, ressaltou que a taxa de eficácia do estudo no Brasil pode ter sido diferente porque os testes foram feitos apenas em profissionais da saúde, que são um grupo considerado de alto risco pela exposição permanente ao vírus.

De acordo com ele, na Turquia e Indonésia, o imunizante foi testado na população em geral, que pode não estar tão vulnerável à infecção.

O ponto mais comemorado pelos médicos que participaram da entrevista foi o fato de a CoronaVac evitar hospitalizações.

O principal motivo do fechamento de atividades econômicas nesta pandemia foi, justamente, a sobrecarga de pacientes no sistema de saúde.

Paralisação dos testes

Em novembro, a Anvisa paralisou os estudos com a vacina após a morte de um voluntário. O ato levou a um embate entre o órgão e o instituto Butantan. Mas os testes foram retomados após a conclusão de que o óbito não teve nehuma relação com a aplicação do imunizante.

No Brasil, a fase 3 – última de testes em humanos – envolve 13.060 participantes, de acordo com a Anvisa. Os estudos acontecem no Distrito Federal e em 5 estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná.

Vantagens

– O Governo de São Paulo já tem acordo fechado com a Sinovac por meio do Instituto Butantan, para o fornecimento de doses prontas e transferência de tecnologia para a produção em território nacional. Já há 8 milhões de doses em território nacional, segundo anunciado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em entrevista coletiva à imprensa em dezembro

– Conhecimento e confiabilidade: a ciência já trabalha há muito tempo com vacinas de vírus inativados, por isso já´tem domínio sobre como produzi-las e não será surpreendida por eventuais problemas que venham a acontecer

Desvantagens

– Fabricação é mais demorada e requer uma planta industrial mais equipada

– Formulação não rende muito em doses por litro

Tecnologia usada

A tecnologia utilizada pela CoronaVac é a de vírus inativado. Isso significa que a vacina tem em sua composição o novo coronavírus morto a partir de processos físicos e químicos. Assim, o vírus não consegue se replicar, mas sua presença no organismo faz com que o sistema imunológico reaja. Essa técnica é tradicional, usada, por exemplo, nos imunizantes contra a gripe e hepatite A.

Vacina Oxford

A vacina Oxford, também conhecida como ChAdOx1 nCoV-19, é um dos mais avançados experimentos científicos contra o coronavírus no mundo hoje.

Ela é feita a partir do ChAdOx1, que é uma versão mais branda de um vírus que causa gripe em chipanzés, com modificações genéticas que impedem que ela se espalhe entre humanos. Material genético foi acrescentado ao vírus ChAdOx1 com a presença de uma proteína chamada glicoproteína de pico.

Essa proteína existe na superfície do coronavírus e desempenha um papel fundamental no processo de contaminação, pois ela se liga a receptores presentes nas células humanas para invadi-las e causar a infecção.

O objetivo da vacina de Oxford é fazer com que o sistema imunológico do corpo humano reconheça a glicoproteína de pico e crie uma defesa contra ela.

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