A rotina não deve voltar ao normal tão cedo. Distanciamento social, uso de máscara e álcool em gel ainda devem fazer parte do cotidiano até a cobertura vacinal atingir, pelo menos, 80% da população, segundo a médica Rosana Richtmann. Para tirar as dúvidas sobre a imunização, o GCMAIS conversou com especialistas. Confira:
Já tive coronavírus? Preciso tomar vacina?
De acordo com o imunologista Gustavo Cabral, embora o sistema imunológico possa criar uma proteção para o corpo, é necessário tomar a vacina para se certificar que essa segurança será duradoura e suficiente.
Como funciona a CoronaVac?
A CoronaVac é um imunizante produzido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. A vacina é feita de maneira similar a da gripe. Utiliza-se o vírus Sars-Cov-2, multiplicado em laboratório, congelado e inativado para não se multiplicar. Quando o paciente recebe a aplicação, o corpo reconhece as proteínas mais importantes do vírus e cria os anticorpos.
Por que não podemos misturar doses de vacinas diferentes?
De acordo com Élcio Franco, secretário-executivo do Ministério da Saúde, “é importante saber qual foi a vacina que o cidadão vier a tomar. Há risco de reação adversa grave para quem tomar doses de vacinas diferentes”. Embora não existam evidências sobre a eficácia do uso de imunizantes diferentes, pesquisadores da AstraZeneca analisam o uso combinado da vacina com a Sputnik V, da Rússia.
Quais são os efeitos colaterais?
Os efeitos são semelhantes ao de outras vacinas: dores ou vermelhidão nos locais de aplicação. Dor no corpo ou temperatura corporal mais elevada também podem ser registrados. Crianças e gestantes não devem receber a vacinação.
A vacinação erradicará o coronavírus?
É uma discussão feita pelos cientistas em todo mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aconteça o mesmo que acontece com a Influenza, por exemplo. Ele existe e costuma infectar quem tiver mais suscetível à doença. “Pode ser que isso nunca aconteça. Pode ser que [o coronavírus] nunca desapareça, que se torne endêmico, como outros vírus”, comenta o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan.
Se a vacina não vai erradicar o vírus, por que tomar?
A circulação do vírus reduzirá, assim como a pressão sobre os hospitais e outras unidades de atendimento. A imunização protege quem recebe a aplicação e aqueles com quem ele convive.
Por não ser do grupo de risco, posso comprar em clínica particular?
Neste primeiro momento, todas as doses produzidas são entregues aos governos para imunizar os grupos de risco. Ainda não existe previsão para que as clínicas particulares possam comprar os lotes no país.
Quem foi vacinado por transmitir o vírus para terceiros?
Os estudos mostram que as vacinas aprovadas são seguras e eficazes, capazes de reduzir a infecção e transmissão.
Posso ser infectado com o coronavírus ao tomar vacina?
Não.
Vou ter que ser vacinado todo ano? Qual é o tempo de proteção?
Ainda não é possível saber quanto tempo dura a proteção. Os voluntários ainda são acompanhados pelos pesquisadores para ter uma definição sobre o assunto.
A mesma vacina funciona para todos os tipos de pessoas?
O sistema imune passa por mudanças ao longo dos anos de vida. Além disso, grávidas, lactantes e alérgicos, por exemplo, também possuem suas especificidades. Cada corpo é diferente, por isso é importante ficar atento às contra-indicações divulgadas pelos laboratórios. De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), os fatores devem ser considerados na elaboração do Plano Nacional de Imunização (PNI).
Preciso realmente tomar duas doses da vacina?
As duas doses e o intervalo de 21 dias devem ser respeitados. Obedecendo ao protocolo, a imunização comprovada nos testes anteriores será eficaz.