A Índia elegeu países vizinhos como os primeiros a receberem as primeiras exportações de vacinas para o combate à covid-19, segundo comunicado oficial divulgado nesta terça-feira (19).
A partir de amanhã, Butão, Ilhas Maldivas, Bangladesh, Nepal, Mianmar e Seychelles, um pequeno arquipélago no Oceano Índico, passam a importar o imunizante do país asiático.
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A nota do governo da Índia acrescenta ainda que deverá expandir suas vendas para Sri Lanka, Afeganistão e Ilhas Maurício, mas ainda aguarda “a confirmação das autorizações regulatórias necessárias”.
O Brasil está numa fila para receber o imunizante de Oxford, fabricado pela AstraZeneca na Índia. O país, porém, sequer é citado na declaração oficial indiana e permanece sem previsão de receber os 2 milhões de doses solicitadas.
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“O programa de imunização está sendo implementado na Índia, como em outros países, de maneira gradual para cobrir os profissionais de saúde, os trabalhadores da linha de frente e os mais vulneráveis. Tendo em vista as necessidades domésticas da implementação em fases, a Índia continuará a fornecer vacinas contra a covid-19 aos países parceiros nas próximas semanas e meses de forma faseada. Será garantido que os fabricantes nacionais terão estoques adequados para atender às necessidades domésticas enquanto fornecem no exterior”, diz a nota.
A informação já havia sido antecipada pelo jornal local Times of India na segunda-feira (18). O governo indiano está priorizando a própria imunização e começou a “maior campanha de vacinação do mundo” no final de semana. A Índia tem mais de 1,3 bilhão de habitantes.
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Entregando as vacinas primeiro para os países vizinhos, a Índia tenta aumentar o poder e influência na região, que também é disputado pela China. Uma das vacinas aprovadas no Brasil, a CoronaVac, é de um laboratório chinês em parceria com o Instituto Butantan, e pode ter a fabricação atrasada porque o gigante asiático não está conseguindo exportar os insumos.
O Brasil tem pressionado o governo indiano para conseguir as doses da vacina e chegou a tentar enviar um avião para buscá-las, mas a aeronave teve que voltar, já que o governo de Narendra Modi não havia liberado as vacinas.