A situação dramática do sistema de saúde de Manaus pode estar perto de receber uma importante ajuda do Ceará. O capacete Elmo, tecnologia cearense que vem salvando vidas no Estado, chegará na capital do Amazonas nos próximos dias. A expectativa é que o equipamento seja capaz de reduzir a quantidade de casos graves da doença na região.
Três instrutoras da Escola de Saúde Pública do Ceará embarcam para Manaus no domingo (31). Lá, elas vão realizar um treinamento com profissionais da saúde da região para autorizar o uso do Elmo nas unidades de saúde.
“Nós estamos preocupados com a situação de Manaus e agora vamos levar um legado nosso, que é o capacete Elmo, fruto de pesquisa, de profissionais que acreditam na ciência e defendem o SUS”, diz Rebeca Bandeira, enfermeira que participará da capacitação. “O dispositivo poderá reverter a situação dos pacientes e conseguir desfechos favoráveis para a população de Manaus”, destaca.
Rebeca, ao lado de outras duas instrutoras, terão a missão de capacitar 30 profissionais da saúde que estão lutando contra a covid-19 em um dos estados que mais sofreu com a pandemia. Para isso, elas contam com um método de treinamento que foca na prática e na realidade dos hospitais.
“A base é o treinamento de habilidade”, explica Rebeca, ressaltando que os profissionais de Manaus vão manusear o Elmo para entender o funcionamento. Depois, a capacitação passa para uma simulação prática. “Nós temos pessoas que atuam como os pacientes e que simulam várias situações que podem acontecer no dia-a-dia do hospital. Esse treinamento proporciona uma maior segurança na prática”, garante a enfermeira.
Além de Manaus, a Escola de Saúde Pública do Ceará afirmou que outras cidades brasileiras também estão negociando a aquisição do capacete Elmo.
Benefícios
O estado do Amazonas, nas últimas semanas, vem sofrendo com a alta nos números da pandemia. Segundo o boletim da última quinta-feira (28), a taxa de ocupação de leitos clínicos para a covid-19 é de 101,4%, enquanto as UTIs estão 90,4% ocupadas.
É nesse cenário que o capacete Elmo pode trazer mais esperança para o amazonense. Isso porque o equipamento é capaz de reduzir até 60% as chances do paciente precisar ser intubado e também reduz a internação em UTIs.
“A gente consegue proporcionar um fluxo de oxigênio muito elevado sem usar um método invasivo”, explica Rebeca.
Segundo a enfermeira, o capacete Elmo é usado prioritariamente em pessoas que possuem um desconforto respiratório de leve a moderado, evitando, assim, que a doença se desenvolva para um quadro grave.
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No Ceará, cerca de 180 profissionais já foram treinados para usar o capacete Elmo. O equipamento vem sendo usado no Hospital São José, no Hospital da Messejana, no Hospital Estadual Leonardo Da Vinci, no Hospital Geral de Fortaleza e no Hospital Universitário Walter Cantídio.