MANIFESTAÇÃO

“A gente vem se rastejando”, desabafa produtor de bandas sobre decreto estadual

Cerca de 200 trabalhadores e empresários participaram de mobilização nas imediações da Assembleia Legislativa do Ceará

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4 de fevereiro de 2021
Ninho Digital

Representantes de bares e restaurantes, músicos e outros trabalhadores do entretenimento se mobilizaram em um protesto que reuniu cerca de 200 pessoas no bairro Dionísio Torres, em Fortaleza, nesta quinta-feira (4). O grupo pede a revisão do decreto sanitário do Governo do Estado, que limita, ainda mais, o funcionamento do setor.

“A gente vem se rastejando”, desabafa produtor de bandas sobre decreto estadual
Foto: Jonas Viana / GCC

“Como produtor de bandas musicais, há um ano não sei o que é uma viagem, um evento. A gente vem se mantendo, se rastejando. A gente paga IPVA, material escolar. Nós precisamos trabalhar, estamos dentro dos protocolos. A gente reduziu público, equipes, [disponibilizamos] álcool em gel, distanciamento social”, comenta Ivan Soares, produtor de bandas.

Os manifestantes fizeram dois bloqueios. Um deles na avenida Pontes Vieira e o outro na avenida Desembargador Moreira, impedindo o fluxo do trânsito. Com faixas, adesivos e instrumentos como tambores e panelas, pediam um encontro com representantes da Assembleia Legislativa do Ceará. O movimento foi acompanhado por policiais militares e agentes da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC).

“Nas campanhas políticas, faziam uma farra, aquela brincadeira toda. Na posse, três dias atrás [presidência da Câmara], teve festa e tudo. E aqui, não podemos. Sem evento, desemprega o vendedor de latinhas, o cara da balinha, o flanelinha. É ‘meio mundo’ de gente sem ter como sobreviver. Queremos chamar atenção, saber o que eles podem fazer pela gente, mas eles não querem conversar”, completa o produtor.

Embora os manifestantes reconheçam a gravidade da situação sanitária, afirmam que mais de 40 mil famílias serão afetadas com as novas restrições. Com a atualização anunciada pelo Governo do Ceará nesta semana, barracas de praia, bares e restaurantes devem funcionar até 20 horas entre segunda e sexta-feira. Nos fins de semana, o atendimento presencial é limitado até 15 horas. “Essas medidas foram tomadas por conta do grande aumento do número de casos no Ceará, principalmente na Capital cearense, além do aumento de uma demanda significativa por assistência à saúde, como a procura por um posto de saúde, por uma UPA, um hospital, não só no sistema público, mas também no privado”, disse o governador Camilo Santana, ao anunciar o novo decreto.

“A gente vem se rastejando”, desabafa produtor de bandas sobre decreto estadual

Adesivos foram distribuídos durante o protesto | Foto: Lucas Memória / GCMAIS

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Lojistas não descartam demissões

“O impacto no varejo vai ser muito grande”, garante Assis Cavalcante, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL), sobre o novo decreto sanitário que limita o funcionamento de setores do comércio em razão do crescimento de casos da Covid-19.

De acordo com Cavalcante, é momento de agir com responsabilidade. “Vamos ter que fazer uma apuração e saber se é o momento certo de fazer desligamentos ou não. Certamente temos que fazer a nossa parte, segurar o máximo que a gente puder, mas temos os nossos limites. As vendas estão caindo, as vendas não estão correspondendo”, lamenta.

Assis Cavalcante faz parte do comitê estadual que delibera sobre as medidas sanitárias adotadas pelo Governo do Ceará. O presidente da CDL Fortaleza reconhece o momento crítico em que o Estado se encontra, mas pretende discutir a flexibilização para o funcionamento. “Estamos tentando negociar com o Governo para abrir os shoppings às nove da manhã”, adianta.

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