Afetados diretamente pelas novas medidas de restrição do Governo do Ceará, os setores de bares, restaurantes, entretenimento e eventos estão programando um protesto para a próxima quinta-feira (4). A manifestação deve acontecer por volta das 10h nas proximidades da Assembleia Legislativa do Ceará.
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No material que vem sendo divulgado nas redes sociais, os manifestantes convocam todos os trabalhadores de bares, restaurantes, garçons, músicos, promotores de eventos e cozinheiros, além de outros profissionais desses setores.
O que motiva as manifestações são as novas restrições de horários que vários estabelecimentos da Capital precisam cumprir a partir desta quarta-feira (3). Serviços não essenciais devem encerrar as atividades até, no máximo, 20h e só podem retornar às 6h do dia seguinte.
Aos fins de semanas, os setores que trabalham com alimentação fora do lar são ainda mais afetados. Eles só poderão funcionar com atendimento presencial até as 15h nos sábados e domingos.
O novo decreto, porém, mantém a permissão para o funcionamento dos serviços de delivery em qualquer horário.
Entidades ligadas aos bares e restaurantes
Ainda na última terça-feira (2), na noite do anúncio do novo decreto, entidades ligadas ao setor de restaurantes criticaram as medidas tomadas pelo Governo do Ceará.
Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Ceará (Abrasel), este novo decreto “pegou totalmente de surpresa os milhares de empregadores, afetando, inclusive, os empregados e suas famílias”. A entidade afirma que as restrições tornam inviáveis o serviço noturno nos estabelecimentos o que pode resultar “na morte de mais empresas”.
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Em uma carta aberta ao governador, o Sindicato de Restaurantes, Bares, Barracas de Praia, Buffets e Similares no Ceará (Sindirest), fez um apelo para que o decreto seja repensado pelo gestor.
“Senhor governador, escute nossas súplicas, pondere e reveja este decreto, pois não existiu setor mais dedicado do que o de Restaurantes, Bares, Barracas de Praia, Buffets, Lanchonetes e Similares, a cumprir as exigências sanitárias de combate à pandemia de coronavírus”, diz a carta.
Segundo o material divulgado à imprensa, as medidas de restrições foram recebidas com espanto pelo setor, por conta da urgência e da falta de tempo hábil para preparar um planejamento por parte dos estabelecimentos.
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“Como os restaurantes e bares deste Estado poderão sobreviver sem um mínimo de tempo para, por exemplo: dar férias a funcionários (evitando mais demissões), ou mesmo comprar estoque menor, a fim de não armazenar produtos para o turno da noite?”, questiona o sindicato.