A atividade econômica brasileira levou um tombo em 2020, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (12) pelo BC (Banco Central). Apesar de ter registrado a oitava alta seguida em dezembro (0,64%), após as quedas de março e abril devido às medidas de enfrentamento da pandemia, houve retração de 4,5% no indicador no acumulado de janeiro a dezembro.
Se o prognóstico do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), sinalizador do PIB realizado pelo BC for confirmado pelo IBGE em março, será a maior redução do nível de atividade desde 1996, início da série histórica do instituto.
No ano passado, os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia, apesar de percebidos em fevereiro, se intensificaram em todo o mundo a partir de março. Para conter o número de mortos, o Brasil adotou o isolamento social em boa parte do território, o que impactou a atividade econômica.
Os efeitos negativos foram percebidos principalmente em março e abril. A partir de maio, o IBC-Br demonstrou reação.
Dezembro
Apenas em dezembro, o IBC-Br avançou 0,64% em relação a novembro na série com ajustes sazonais. Foi o oitavo mês consecutivo de alta. Medido em pontos, o indicador passou de 137,45 pontos em novembro para 138,33 pontos em dezembro. Este é o maior patamar para o indicador desde fevereiro do ano passado (140,24 pontos), antes do acirramento da pandemia.
Assim, o IBC-Br terminou o quarto trimestre do ano com ganho de 3,14% sobre os três meses anteriores, em dados dessazonalizados.
Na comparação entre os meses de dezembro de 2020 e dezembro de 2019, houve alta de 1,34% na série sem ajustes sazonais. Esta série encerrou com o IBC-Br em 139,30 pontos em dezembro. Este é o maior patamar para um mês de dezembro desde 2014 (145,48 pontos).
Taxa básica de juros
O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira e ajuda o BC a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, definida atualmente em 2% ao ano.
O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volume de impostos.
O indicador foi criado pelo Banco Central para tentar antecipar, por aproximação, a evolução da atividade econômica. Entretanto, o indicador oficial é o PIB (Produto Interno Bruto), calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para o mercado financeiro, o PIB deve registrar queda de 4,3%, em 2020.