Na educação, o ano de 2020 foi marcado pelas aulas remotas. Escolas de todo o País foram fechadas e estudantes e professores tiveram que se adaptar para o modelo de aulas remotas. Foi só por volta de setembro que setor voltou ao ensino presencial, ou o modelo híbrido, como foi definido em alguns locais.
A partir desta sexta-feira (19), instituições de ensino de todo o Estado voltam a ser fechadas. Universidades e escolas, seja da rede pública ou privada, devem voltar para o ensino online até, pelo menos, o próximo dia 28 de fevereiro.
“Essas medidas envolvendo a suspensão das aulas nas escolas e universidades visam, sobretudo, contribuir para a diminuição da circulação de pessoas, já que esse movimento de ir e vir aos estabelecimentos aumenta o fluxo de pessoas. Também fizemos isso no serviço público, colocando os servidores para trabalho remoto. Entendemos que diminuindo essa circulação, vamos conseguir reduzir a disseminação do vírus entre nós”, explica o secretário executivo de Planejamento e Orçamento da Secretaria de Planejamento e Gestão (SEPLAG), Flávio Ataliba.
Na última quinta-feira (18), o Governo atualizou o decreto estadual, adicionando algumas situações em que as aulas presenciais estão permitidas. A justificativa é que essas são atividades que não podem ser realizadas através do ensino online. São elas:
- Aulas práticas ou laboratoriais para concludente do Ensino Superior, inclusive Internato;
- Atividades de berçário;
- Educação Infantil para crianças de 0 a 3 anos.
Protestos contra o fechamento
O retorno do fechamento das escolas não foi bem recebido por alguns setores da sociedade, mesmo diante das explicações do Governo do Estado. Em nota, o Sindicato de Educação da Livre Iniciativa do Ceará (SINEPE-CE) criticou a decisão, afirmando que o setor não foi consultado sobre a medida.
“Lamentamos que o Governo do Estado do Ceará não tenha envolvido o Segmento da Educação nos diálogos anteriores à publicação do último decreto. Não existe mais auxílio emergencial. As famílias irão cancelar matrículas. Será necessário demitir profissionais. Escolas fecharão”, diz a nota que foi publicada nesta quinta-feira.
Além do SINEPE, alguns pais e mães de estudantes também demonstraram descontentamento com a medida, convocando manifestações para as 14h desta sexta-feira. O protesto acontecerá em frente à Assembleia Legislativa do Ceará e as convocações reforçam a necessidade do uso de máscara e distanciamento social. Além disso, o material que circula nas redes sociais também pede que os manifestantes usem preto e levem as crianças, vestindo a farda escolar, ao local da mobilização.
Em um comunicado, o SINEPE-CE declarou apoio à manifestação e solicitou para que os associados participassem do protesto desta sexta-feira. “Pedimos a cada associado que se manifeste junto aos pais de alunos, usando circulares, e-mails, ou vídeos em suas redes sociais, a importância do comparecimento à manifestação de amanhã”, diz o material divulgado.
Em nota, o Governo do Ceará destaca que todas as restrições anunciadas levam em conta a condição da pandemia no estado.
“O comitê de Enfrentamento à Covid-19 no Ceará baseia todas as definições em critérios técnicos atrelados aos índices epidemiológicos. As decisões são tomadas em comum acordo pelas entidades que compõem o comitê: governo do Ceará, prefeitura de Fortaleza, TJCE, AL, MP estadual e federal e MPT”, diz a nota oficial.