O preço da gasolina voltou a subir. Na última segunda-feira (1º), a Petrobras anunciou mais um reajuste no valor do combustível, que agora está 4,8% mais caro e passa a ser vendido, nas refinarias, pelo valor de R$ 2,60 o litro.
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Essa é a quinta vez, só em 2021, que o combustível sofre uma alteração e fica mais pesado no bolso do brasileiro. Isso faz com que muitos motoristas procurem alguma alternativa para diminuir os custos de andar de carro.
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É nessa busca por economia que algumas pessoas preferem usar o etanol no lugar da gasolina. Mas será que, de fato, essa é uma troca vantajosa?
Segundo o economista Marcus Vinícius, o consumidor precisa fazer uma conta simples para decidir qual das duas opções de combustível tem o melhor custo-benefício. “A nossa experiência é que o álcool não pode ultrapassar 70% do valor da gasolina. Se a gasolina estiver custando, hoje, R$ 5,30, a gente está falando de um álcool de até, no máximo, R$ 3,70. Se for acima disso, não compensa, melhor você continuar colocando gasolina”, recomenda o especialista.
Para Marcus Vinícius, a saída para o motorista tentar economizar nos trajetos do dia-a-dia é estar atento para os postos com os valores mais em conta. Mas ele também avisa: se o desconto é maior do que o normal, é melhor pensar duas vezes. “Nesse setor não existe mágica, se a diferença for muito grande, desconfie”, diz o economista, alertando para o risco dos combustíveis adulterados que podem causar danos sérios aos veículos.
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No último sábado (27), a Companhia de Gás do Ceará (CEGÁS) anunciou um crédito de R$ 1.500 para os donos de veículos que optarem por usar o gás natural como combustível. Sobre esse produto, o economista destaca que também é preciso fazer as contas para saber se é um bom negócio. Mas, para quem precisa usar o carro com muita frequência, geralmente vale o investimento.
“Se você depende bastante do seu carro, se você precisa se locomover bastante durante o dia, é questão matemática ver se vale a pena colocar o gás natural. Normalmente vale a pena sim”, garante Marcus Vinícius.
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Composição do preço da gasolina
O economista explica que o valor definido pela Petrobras é apenas uma parcela do que compõe o preço que chega nas bombas.
“Simplificando um pouco essa composição, hoje 34% do custo é realmente um preço que sai da refinaria. Os impostos federais têm um peso em torno de 14%; o ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços], que é o imposto estadual, é em torno de 28%. Aí nós temos 16% que é o custo do etanol e a margem dos postos, das revendas, que é na faixa de 8%. A gente pode concluir que 66% do custo do combustível que nós pagamos hoje, são custos que não são da produção específica do produto”, explica o especialista.
Desde 2015, a gasolina usada no Brasil é conhecida como tipo C, que é composta de cerca de 27% de etanol. Assim, o preço do álcool também interfere diretamente no valor da gasolina.
O ICMS é motivo de debate entre o Governo Federal e os governos estaduais. O presidente Jair Bolsonaro enviou um projeto de lei para o Congresso que altera a forma como o imposto estadual é cobrado.
Em entrevista ao Grupo Cidade de Comunicação, Fernanda Pacobahyba, titular da Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz), afirmou que o preço do tributo sobre a gasolina não sofre alteração há cinco anos. Mesmo assim, o Governo Estadual está aberto para dialogar sobre mudanças no ICMS.
“Os preços da commodity petróleo são preços que vão variar de acordo com a cotação do dólar. E nós temos uma política monetária estabelecida pelo Governo Federal que faz com que o real hoje, segundo dados da FGV [Fundação Getúlio Vargas], seja a moeda mais desvalorizada do planeta. Todo mundo está vendo o quanto o dólar subiu. E isso impacta no preço dos combustíveis. E aí se fala no ICMS. O ICMS é o mesmo! Não alteramos. Estamos dispostos a dialogar sempre com o Governo Federal. Mas é importante que se faça isso com profundidade, sem emoção”, detalha a secretária.