Durante uma live nas redes sociais nesta quinta-feira (11), o governador do Ceará, Camilo Santana, anunciou um lockdown para todos os municípios do estado. A partir das 00h do sábado (13), todas as cidades passam pelas mesmas regras de isolamento social rígido que Fortaleza enfrenta desde a última sexta-feira (5).
Fazemos isso por conta da gravidade da situação e da lotação das unidades de saúde públicas e privadas do estado.
— Camilo Santana (@CamiloSantanaCE) March 12, 2021
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Além disso, o governador também anunciou que vai estender o lockdown da Capital em três dias. Assim, todos os municípios cearenses devem ficar em isolamento social rígido até, pelo menos, o dia 21 de março.
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Falta de oxigênio e leitos
Antes do anúncio do governador, diversos municípios já seguiam o lockdown por conta da situação crítica do sistema de saúde. Segundo o balanço da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), divulgado no dia 8 de março, 74 cidades cearenses estão em situação crítica, 67 estão próximas do limite e 10 já entraram em colapso quando o assunto é abastecimento de oxigênio.
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Segundo os dados do IntegraSUS, nesta quinta-feira (11) o Ceará está com uma taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) em 90,44%. Nas enfermarias, o índice já chega a 81,5%.
“Todos os dias nós estamos trabalhando para ampliar o número de leitos, porém a velocidade com que o vírus está sendo transmitido tem sido muito mais forte”, disse o governador do Estado durante o anúncio das restrições.
A meta que foi divulgada em fevereiro era que o número de leitos de UTIs no Ceará chegasse a 1074 até o final do mês de março. Porém, ainda no dia 11, o crescimento das vagas já ultrapassou o esperado. Atualmente, o estado conta com 1.082 leitos para covid-19 nas UTIs e 2.482 nas enfermarias.
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Mais de 30 municípios já haviam decretado lockdown no Ceará antes do anúncio do governador. Nesta quinta-feira, o prefeito de Caucaia, Vitor Valim, foi um dos que decretou o isolamento social rígido para o município.
O que funciona e o que não funciona durante o lockdown
O decreto, com as medidas que devem ser seguidas por todos os municípios, ainda será publicado no Diário Oficial do Estado, mas Camilo já antecipou que só devem funcionar os serviços essenciais, a indústria e a construção civil. Segundo ele, as demais cidades devem seguir as mesmas regras que a Capital já segue.
Confira quais serviços são considerados essenciais em Fortaleza e continuam funcionando durante o lockdown:
– Supermercados/congêneres;
– Estabelecimentos médicos, odontológicos para serviços de emergência, hospitalares, laboratórios de análises clínicas, farmacêuticos, clínicas de fisioterapia e de vacinação;
– Serviços de “drive thru” em lanchonetes;
– Distribuidoras e revendedoras de água e gás;
– Indústria e Construção Civil;
– Serviços de órgãos de imprensa e meios de comunicação e telecomunicação em geral;
– Call center;
– Centrais de distribuição, ainda que representem conglomerado de galpões de empresas distintas;
– Empresas da área de logística e transporte de carga;
– Oficinas e concessionárias exclusivamente para manutenção e conserto em veículos;
– Postos de combustíveis;
– Padarias e lojas de conveniências de postos de combustíveis, porém vedado o atendimento a clientes para consumo no local;
– Lojas de departamento que possuam, comprovadamente, setores destinados à venda de produtos alimentícios;
– Praça de alimentação em aeroporto;
– Comércio de material de construção;
– Empresas de manutenção de elevadores;
– Correios;
– Funerárias;
– Estabelecimentos bancários e lotéricas;
– Distribuidores de energia elétrica e serviços de telecomunicações;
– Segurança privada;
– Empresas prestadoras de serviços de mão de obra terceirizada;
– Clínicas veterinárias e lojas de produtos para animais;
– Lavanderias;
– Restaurantes, oficinas em geral e de borracharias situadas na Linha Verde de Logística e Distribuição do Estado, assim definida no Decreto n.º 33.532, de 30 de março de 2020;
– Jogos profissionais de campeonatos de futebol de âmbito regional e nacional, desde que fechados ao público e atendidos os protocolos sanitários previamente estabelecidos;
– Excetuam-se da vedação as empresas que funcionam ou fornecem bens para a Zona de Processamento de Exportação do Ceará – ZPE, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém – CIPP e o Porto do Pecém;
– Às organizações da sociedade civil será permitida a continuidade de entrega individualizada de suprimentos e outras ações de assistência às pessoas e comunidades por elas atendidas;
– O uso das áreas e equipamentos comuns de condomínios devem se submeter a regras internas que garantam a segurança contra a contaminação da COVID-19, atentando-se sempre para o uso individual ou com distanciamento.
Os estabelecimentos autorizados a funcionar durante o lockdown devem:
– Disponibilizar álcool 70% a clientes e funcionários, preferencialmente em gel;
– Cumprir o uso obrigatório por todos os trabalhadores de máscaras de proteção, individuais ou caseiras, bem como de outros equipamentos de proteção individual que sejam indispensáveis ao seguro desempenho laboral;
– Impedir o acesso ao estabelecimento de pessoas que não estejam usando máscaras, bem como a impedir a permanência simultânea de clientes no seu interior que inviabilize o distanciamento social mínimo de 2 (dois) metros;
– Autorizar entrada de somente uma pessoa por família, vedada a permanência no local por tempo superior ao estritamente necessário para a aquisição dos produtos /ou prestação do serviço;
– Realizar atendimento prioritário das pessoas do grupo de risco da COVID-19.