Por uma ciência mais acessível e mais próxima do cidadão comum. Foi isso que motivou Williara Queiroz, cearense e doutoranda em Ciência de Alimentos na Universidade de Campinas (Unicamp), a inscrever o seu estudo no concurso “Minha Pesquisa em 3 Minutos”.
O desafio, como o próprio nome indica, era explicar, em apenas 3 minutos, uma pesquisa científica de forma acessível ao público comum. Objetivo que a cearense alcançou com êxito e, diante de 175 concorrentes, venceu o concurso da Unicamp.
“Estamos vivendo tempos muito difíceis e desafiadores. Quando uma notícia desse porte chega, a gente entende que é uma mensagem de Deus para que a gente continue acreditando, se reinventando, tendo esperança”, destaca Williara em entrevista ao GCMAIS.
A pesquisa, que tem orientação da profa. Glaucia Pastore e coorientação de Iramaia Neri-Numa, promete ser uma aliada no combate à diabetes. Em seus estudos, Williara investiga o potencial de flavonóides, encontrados em alimentos como o chocolate e o café, no tratamento da diabetes. Entenda mais sobre essa pesquisa neste link.
Para vencer, Williara precisava explicar o projeto de uma forma simples, dinâmica e acessível em um vídeo que foi publicado nas redes sociais da Unicamp. A partir daí, o post que tivesse mais curtidas, ou seja, fosse melhor recebido pelo público, seria o vencedor.
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O vídeo da cearenses acumulou 8.685 visualizações e 3.335 curtidas no YouTube, o que garantiu a sua vitória. Porém, para a pesquisadora, esses números conseguiram mais do que um prêmio na universidade, eles conquistaram um novo público para a ciência.
“Não foi apenas uma curtida, eu percebi o real interesse das pessoas em entender a pesquisa. Percebi o interesse de jovens pesquisadores vindo até mim para receber algum tipo de instrução sobre os flavonóides”, emociona-se Williara. Ela destaca, ainda, uma mensagem que recebeu durante a competição: “uma mãe de uma amiga, que não tem o ensino médio completo, entendeu tudo que eu estava falando e gostou”.
A cerimônia de premiação acontecerá no dia 8 de abril, às 11h, em uma transmissão ao vivo no site da Unicamp.
O futuro da pesquisa
Por conta da pandemia de covid-19, a Unicamp restringiu o acesso aos laboratórios e a pesquisadora está no Ceará desde setembro do ano passado. Mas ela já começa a planejar o retorno para Campinas e os próximos passos da pesquisa.
“Assim que o lockdown acalmar mais, a minha pretensão é voltar, o mais rápido possível, para a Unicamp, para eu poder recomeçar a parte experimental do projeto”, antecipa Williara. Segundo ela, os próximos passos incluem extrair os compostos de flavonóides, definir o revestimento das partículas e começar os testes em células e animais.
“Ganhar a competição traz a captação de recursos para a pesquisa. Tudo que envolve alta tecnologia é bem caro, como reagentes e análise em equipamentos mais sofisticados. Essa captação de recursos é muito importante”, destaca a doutoranda cearense.
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