Representantes do Senado e da Câmara se manifestaram, repudiando a fala e alertando que essas ações só atrapalham a harmonia entre legislativo e executivo
Congresso repudia insinuações de Ernesto Araújo contra Kátia Abreu
Numa postagem no Twitter, Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores insinuou que a senadora Kátia Abreu (Progressistas/TO) teria sugerido uma postura a ser tomada pelo ministro diante das tratativas pelo 5G. Segundo ela, essas medidas fariam o chanceler ganhar a simpatia do Congresso. Representantes do Senado e da Câmara se manifestaram, repudiando a fala e alertando que essas ações só atrapalham a harmonia entre legislativo e executivo.
“Em 4/3 recebi a Senadora Kátia Abreu para almoçar no MRE. Conversa cortês. Pouco ou nada falou de vacinas. No final, à mesa, disse: ‘Ministro, se o senhor fizer um gesto em relação ao 5G, será o rei do Senado’. Não fiz gesto algum”, disse o ministro.
Em 4/3 recebi a Senadora Kátia Abreu para almoçar no MRE. Conversa cortês. Pouco ou nada falou de vacinas. No final, à mesa, disse:
“Ministro, se o senhor fizer um gesto em relação ao 5G, será o rei do Senado.”
Não fiz gesto algum.— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) March 28, 2021
O presidente do Senado Rodrigo Pacheco (DEM/RO) comentou a fala do ministro: “A tentativa do ministro Ernesto Araújo de desqualificar a competente senadora Kátia Abreu atinge todo o Senado Federal. E justamente em um momento que estamos buscando unir, somar, pacificar as relações entre os Poderes. Essa constante desagregação é um grande desserviço ao País”.
Além de Pacheco, Marcelo Ramos (PL/AM), vice-presidente da Câmara, também comentou sobre o caso. “Ernesto Araújo é o segundo ministro – o primeiro foi Pazuello – que pra justificar sua incompetência e o mal que fazem ao Brasil tentam atacar o Parlamento. Além de incompetentes, são inimigos da Democracia, do Brasil e responsáveis pelo desastre na gestão do combate à pandemia”.
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Kátia Abreu, citada na postagem, disse não entender o motivo do comentário de Ernesto Araújo. “A minha pergunta é, por que que ele não levantou essa suspeita na audiência pública para qual foi convidado para se justificar, no Senado Federal? Por que ele esperou para se esconder atrás de um Twitter para poder fazer essa acusação? Como é o nome disso? Só tem dois, o primeiro pode ter sido por covardia. O segundo, é que ele não acredita nisso que ele me acusou, alguém mandou ele tuitar”, disse a senadora em entrevista ao Jornal O Globo.
Ex-presidente do senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP) defendeu a colega de bancada. “Meu incondicional apoio à presidente da comissão de Relações Exteriores do Senado, Kátia Abreu. A insinuação irresponsável por parte de um ministro não é somente um desrespeito ao Senado Federal. É um ato contra todos que constroem a longa e honrosa tradição da diplomacia brasileira”.
O comentário de Ernesto Araújo foi o estopim da sua conturbada relação com o Congresso. O presidente Jair Bolsonaro, que já vinha sendo pressionado para demitir o chanceler, com os últimos acontecimentos deve anunciar a exoneração do ministro das Relações Exteriores a qualquer momento.
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