SAÚDE

O que a Covid pode causar na gravidez?

A ginecologista e obstetra, Cristiana Teófilo, tira dúvidas sobre o vírus durante gestação

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9 de abril de 2021
Antonio A. F. dos Santos

As dúvidas sobre o vírus que assola a humanidade, nesses últimos tempos, são muitas. Os cientistas seguem na busca por respostas, mas o inimigo invisível insiste em transitar por novas variantes e, o que era dado por conhecido, passa a ser uma incógnita. Por isso a classe médica segue incansável, com um passo de cada vez.

O que a Covid pode causar na gravidez?
O que a Covid pode causar na gravidez?

Um dos públicos mais temerosos diante da Covid são as gestantes. A fragilidade do momento ganha novos contornos, de dúvidas e incertezas, sobre os efeitos do vírus na vida delas e do bebê. Gerar uma vida em meio a pandemia é tarefa para verdadeiras heroínas. Diante das inúmeras perguntas sem respostas, nós do GCMAIS decidimos conversar com quem entende do assunto, levando a ela os principais temas que angustiam essas mamães.

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Confira agora uma entrevista exclusiva com a ginecologista e obstetra, Cristiana Teófilo:

1 – O que a Covid pode causar durante a gravidez para a mãe e para o bebê?

A gestação não aumenta o risco de adquirir a infecção pelo SARS-CoV 2, mas parece piorar o curso da doença quando comparamos com pacientes não gestantes. Algumas complicações mais relatadas relacionadas à gestação e COVID-19 são o parto pré-termo (parto antes das 37 semanas) e o aumento do número de cesarianas, normalmente relacionado a paciente com maior gravidade da doença.

2 – É aconselhável a mãe grávida se vacinar, caso faça parte de algum grupo de risco?

Muitas vacinas foram avaliadas para COVID-19, mas as gestantes não foram incluídas nos estudos. As vacinas, porém, não contêm o vírus vivo, portanto não causam a doença, mas efeitos colaterais inespecíficos, consequentes a ativação do sistema imunológico, podem acontecer.

O CDC , o American College of Obstetricians and Gynecologists, a FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetricia) e outras entidades, recomendam oferecer a vacinação para gestantes que desejem tomar a vacina desde que médico e paciente considerem o nível de exposição ao risco, comorbidades associadas e estejam cientes sobre dados limitados analisados nesse grupo de pacientes com os estudos disponíveis.

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Apesar de não haver estudos robustos sobre a segurança da vacinação em gestantes, a gestação pode complicar o curso da doença e, portanto, a vacinação deve ser discutida entre a paciente e seu médico, sempre avaliando os fatores de riscos associados e exposição da paciente. As entidades referem que os dados já analisados sobre estudos em animais são animadores e  não demonstram nenhum risco aumentado em gestantes e fetos no uso da vacina e consideram que os benefícios consequentes a vacinação superam os riscos, desde que as pacientes estejam no grupo de priorização do plano de vacinação.

A FEBRASGO ( Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetricia) esclareceu, em suas recomendações, a vacinação na gestação. Foi explicado que as vacinas não são de vírus vivo e têm tecnologia previamente já utilizada em outras vacinas pertencentes ao calendário vacinal das gestantes. A paciente, no entanto, deve ser apoiada em sua decisão sobre receber ou não a vacinação contra a COVID-19.

3 – Quando a mãe toma a vacina grávida automaticamente o bebê está imunizado?

Os estudos são escassos sobre a vacinação em gestantes ainda, com poucos dados analisados disponíveis, mas estudos em animais e pequenos estudos prospectivos de corte demonstraram resposta imunológica materna e transferência de anticorpos maternos conferindo uma imunidade passiva contra a SARS-CoV 2 para os recém-nascidos.

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