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CPI vai investigar disseminação de fake news e suposta ‘guerra biológica’

Foto: Agência Senado

A CPI da Pandemia aprovou 17 requerimentos nesta quinta-feira (13). Entre eles, solicitações de informações à Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal e à Assessoria de Comunicação (Ascom) do Ministério da Saúde sobre toda a documentação relacionada a 34 canais no YouTube que já teriam removido cerca de 400 vídeos de fake news relacionados à pandemia. A documentação deve tratar, inclusive, de eventuais repasses de verbas a esses canais.

O autor desse requerimento é o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI. Ele reforça que desde o início dos trabalhos da comissões, “canais de apoiadores do bolsonarismo no YouTube têm promovido uma limpa de vídeos sobre tratamento precoce de sua base de vídeos. Levantamento da Novelo Data a pedido do Congresso em Foco identificou que, entre o dia 14 de abril e 6 de maio, 385 vídeos de 34 canais, tratando de tratamento precoce, sumiram do ar”.

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“Guerra biológica”

A CPI também requer informações à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e ao Itamaraty sobre declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro. Na semana passada, ele afirmou que há a possibilidade de estar em curso uma “guerra química, bacteriológica e radiológica” não declarada, promovida por nação estrangeira.

Os senadores ainda aprovaram o envio, pelo Itamaraty, de toda a documentação, telegramas e informações sobre a obtenção de cloroquina e hidroxicloroquina para o Brasil, seja por meio de compra do governo ou por empresas, doações, liberação de remessas ou qualquer outra modalidade.

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Esses requerimentos também pedem ao Itamaraty cópias de telegramas ou outras comunicações para embaixadas brasileiras no exterior, organismos internacionais ou empresas, que tratem da agilização ou intervenção no processo de compra, importação ou fornecimento de medicamentos supostamente indicados ao tratamento da covid-19, e de vacinas contra a doença.

Pró-cloroquina

A CPI também tomará depoimentos dos médicos Mayra Pinheiro, Nise Yamaguchi, Ricardo Zimmermann, Francisco Cardoso Alves e Flávio Cadegiani, todos defensores da cloroquina e do chamado “tratamento precoce”. Também conhecida como “capitã cloroquina”, Mayra Pinheiro é secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde.

Movimento Alerta

Também foi aprovado o depoimento da médica Jurema Werneck. Ela coordena o Movimento Alerta, que consolida dados sobre a pandemia no Brasil. Fazem parte do movimento a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Oxfam Brasil, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Anistia Internacional Brasil, a Arquidiocese de São Paulo, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e diversas outras entidades.

O autor do requerimento, senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, lembra que o Movimento Alerta tem um estudo da Universidade de São Paulo (USP) com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com um levantamento do excesso de mortalidade em cada Estado brasileiro, com foco nas falhas de qualidade do atendimento do sistema de saúde.

Jurema Werneck é também diretora da Anistia Internacional no Brasil, autora do Livro da Saúde das Mulheres Negras: Nossos Passos Vêm de Longe, e integra o Grupo Assessor da Sociedade Civil da ONU para Mulheres no Brasil, além do conselho diretor do Global Fund for Women.

As datas dos depoimentos dos médicos pró-cloroquina e da médica Jurema Werneck serão definidas pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM).

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