SAÚDE

Casos de câncer de ovário devem crescer no Brasil até 2022

Morte da atriz Eva Wilma acende o alerta para os cuidados preventivos contra a doença.

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16 de maio de 2021
Portal GCMAIS

A morte da atriz Eva Wilma (87), vítima de câncer de ovário, traz um alerta para os cuidados e prevenção contra a doença. Uma estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indica que, no triênio 2020/2021/2022, é esperado o surgimento de 6.650 novos casos de câncer de ovário no Brasil.

Casos de câncer de ovário devem crescer no Brasil até 2022
Foto: Divulgação

Segundo especialistas, em virtude da pandemia, os cuidados com a saúde ginecológica estão sendo deixados de lado. O índice previsto é de 6,18 casos a cada 100 mil mulheres. Este tipo de câncer é o mais letal na ginecologia e o tumor pode acometer mulheres em qualquer idade. No entanto, é mais comum após os 40 anos.

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Em entrevista à Rádio Jovem Pan News Fortaleza, o médico especialista em medicina reprodutiva, Daniel Diógenes, reforçou a importância de que as mulheres mantenham uma atenção especial com a saúde para evitar o aparecimento de doenças como o câncer de ovário e a endometriose. Ouça:

 

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O câncer de ovário está diretamente ligado à infertilidade. Os sintomas aparecem em estágios mais avançados; por isso é fundamental consultar o médico regularmente.

O alerta dos médicos é para que quando o paciente apresentar sintomas procure avaliação precocemente. Exames podem apontar uma possível neoplasia em estágios precoces. O alerta serve para todos os tipos de câncer, incluindo o de ovário. Segundo o INCA, esse é o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum, ficando atrás apenas do de colo do útero. O câncer de ovário é a quinta maior causa de morte por câncer em mulheres.

Prevenção

As mulheres devem estar atentas aos fatores de risco, manter o peso corporal saudável e consultar regularmente o médico, principalmente a partir dos 50 anos. O exame preventivo ginecológico (Papanicolau) é direcionado para o câncer de colo uterino e, na maioria das vezes, não detecta o câncer de ovário.

O que pode aumentar o risco:

Idade: A incidência de carcinoma epitelial de ovário aumenta com o avanço da idade, principalmente após os 50 anos de idade.

Fatores reprodutivos e hormonais: O risco de câncer de ovário é aumentado em mulheres com infertilidade e reduzido naquelas que tomam contraceptivos orais ou que tiveram filhos. Por outro lado, mulheres que nunca tiveram filhos parecem ter risco aumentado para a doença

A menarca (primeira menstruação) precoce (antes dos 12 anos) e a idade tardia na menopausa (após os 52 anos).

A infertilidade também é fator de risco para o câncer de ovário, mas a indução da ovulação para o tratamento da infertilidade não parece aumentar o risco de desenvolver a doença.

Histórico familiar de cânceres de ovário, mama e colorretal está associado a risco aumentado de câncer de ovário.

Fatores genéticos: principalmente mutações nos genes BRCA, aumentam de forma considerável as chances de câncer de ovário. Mulheres com mutação no gene BRCA 1 chegam a ter 44% de chance de desenvolver câncer de ovário até os 80 anos de idade.

Tratamento

A cirurgia tem papel fundamental no diagnóstico e tratamento da doença e deve ser realizada, de preferência, por equipe com expertise em tratamento oncológico. Além da cirurgia, pode ser necessário quimioterapia e tratamento alvo-molecular. A escolha do tipo de tratamento vai depender da histologia do tumor, do estadiamento (extensão da doença), da idade e das condições clínicas da paciente e saber se o tumor é inicial ou recorrente. O alto índice de diagnóstico tardio tem impacto no tratamento. Menos da metade das pacientes (48,6%) vive por mais de cinco anos após o diagnóstico. Porém, quando a doença é identificada ainda restrita ao ovário, a chance de viver por mais de cinco anos sobe para 92,6%.

“O tratamento é variável e depende do tipo de câncer e em qual estágio a doença está. A maioria das pacientes, além do procedimento cirúrgico, devem necessitar de tratamento sistêmico com quimioterapia e, por vezes, também terapia alvo-molecular”, explica o oncologista Adriano Saboya.

Já endometriose acontece quando o endométrio, tecido que reveste o útero, cresce fora do local normal. O médico Daniel Diógenes afirma que existe um risco maior de câncer de ovário quando a mulher tem endometriose, principalmente quando este problema é no ovário.

 

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