O prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), morreu aos 41 anos neste domingo, 16, às 8h20. Desde o início deste mês, Covas estava internado no Hospital Sírio-Libanês, localizado na região central da capital paulista, para tratar um câncer no sistema digestivo, com metástase óssea. Ao ser hospitalizado em 2 de maio, foi descoberto um sangramento interno causado por uma úlcera localizada em cima de seu tumor original.
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Devido ao episódio, ele precisou ser intubado, mas conseguiu se recuperar. Na última segunda-feira, 10, ele havia iniciado uma nova etapa de seu tratamento contra o câncer, combinando imunoterapia com terapia-alvo. Divorciado, o prefeito deixa o filho Tomás, de 15 anos. Leia nota abaixo:
“O prefeito de São Paulo Bruno Covas faleceu hoje às 08:20 em decorrência de um câncer da transição esôfago gástrica, com metástase ao diagnóstico, e suas complicações após longo período de tratamento. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês desde o dia 2 de maio, sob os cuidados das equipes médicas coordenadas pelo Prof. Dr. David Uip, Dr. Artur Katz, Dr. Tulio Eduardo Flesch Pfiffer, Prof. Dr. Raul Cutait e Prof. Dr. Roberto Kalil”, diz a nota divulgada pela Prefeitura de São Paulo.
O político foi diagnosticado com um câncer na cárdia, a região de transição entre o estômago e o esôfago, em outubro de 2019. Na época, quando a doença foi descoberta durante uma consulta para tratar uma infecção de pele, Covas também recebeu o diagnóstico de uma metástase do câncer original, com linfonodos aumentados em torno do pâncreas e um nódulo no fígado. Ainda em 2019, os tumores diminuíram com o tratamento realizado a partir de sessões de quimioterapia e radioterapia. No entanto, neste ano, o diagnóstico piorou, revelando novos pontos de câncer nos ossos e no fígado.
Carreira política
Além da Prefeitura de São Paulo, durante a sua carreira, Covas desempenhou mandatos como vice-prefeito, deputado estadual, deputado federal e secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo. Ele assumiu a prefeitura da capital em 2016, quando o então prefeito João Doria (PSDB) renunciou. Em 2020, ele foi reeleito para a cadeira, alcançando o feito de vencer em todos os distritos eleitorais da cidade no primeiro turno do pleito eleitoral.
Neto do ex-governador de São Paulo Mário Covas, Bruno faz parte de uma das famílias mais tradicionais do PSDB, partido ao qual se filiou em 1998 e fez toda carreira política. O jovem disputou sua primeira eleição em 2004, quando saiu como candidato a vice-prefeito de Santos, sua cidade natal, na chapa de seu colega de partido Raul Christiano.
Entre 2005 e 2006, foi assessor da liderança dos governos de Geraldo Alckmin e Cláudio Lembo na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Sua primeira vitória em uma eleição aconteceu em 2006, quando foi escolhido deputado estadual por São Paulo com 122.312 votos, um dos maiores índices daquele pleito. Foi relator de 180 projetos de lei, incluindo o da Nota Fiscal Paulista.
Em 2010, voltou a se candidatar, sendo reeleito com maior número de votos do Estado: 239.150, sendo 131 mil só na capital paulista. Entretanto, após a vitória de Alckmin para o governo do Estado de São Paulo, Covas foi chamado pelo tucano para assumir a Secretaria do Meio Ambiente a partir de 2011, fazendo com que se licenciasse do cargo de deputado estadual. Ele ficou a frente da pasta até 2014, quando voltou às eleições para disputar o cargo de deputado federal, sendo eleito. Em seu mandato, Covas votou a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) e a favor da PEC do Teto de Gastos Públicos.
Ele se licenciou do cargo quando se tornou candidato a vice-prefeito na chapa de João Doria (PSDB) ao comando da capital paulista, sendo eleito no primeiro turno. Com a renúncia de Doria para concorrer ao governo do Estado em 2018, o tucano assumiu o comando da capital. Dois anos mais tarde, foi reeleito no pleito de 2020, desbancando nomes como Celso Russomanno (Republicanos), Jilmar Tatto (PT), Márcio França (PSB) e Guilherme Boulos (PSOL), que enfrentou no segundo turno. Em 2021, foi obrigado a se licenciar da prefeitura para dar continuidade no tratamento contra o câncer, o que fez com que seu vice, Ricardo Nunes (MDB) assumisse o comando da capital.
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