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Dois em cada três entregadores de delivery preferem trabalhar como autônomos, aponta pesquisa

Golpe do delivery: saiba o que é e como se proteger para não ser vítima

Yasmin Brunet foi uma das pessoas que sofreu o golpe, depois pedir uma refeição em um aplicativo de entregas no Rio de Janeiro. Foto: Divulgação.

Os entregadores por aplicativos gostam da profissão e valorizam a autonomia e a flexibilidade. Isso é o que revela a pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, que traçou o raio-X dos entregadores de comida, que somados aos demais entregadores de mercadoria, formam um contingente de 700 mil pessoas, segundo dados do último levantamento PNAD Covid, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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As entrevistas foram realizadas em fevereiro deste ano, com 2.643 entregadores de diversas plataformas de delivery de alimentos no Brasil. Elas abordam a rotina, fontes de renda, percepções sobre o trabalho e perspectivas sociais e profissionais desses trabalhadores. O estudo foi encomendado por uma plataforma de delivery do país.

Entre os entregadores que trabalhavam anteriormente, 67% afirma preferir o atual trabalho como entregador. Dos que trabalham com carteira assinada, 66% preferem o atual modelo de trabalho autônomo e flexível. A liberdade está entre os fatores mais valorizados pelos entregadores, que citam alguns benefícios desse tipo de trabalho:

O levantamento também mostra que existe uma preferência pelo modelo de trabalho em que são capazes de gerenciar a própria rotina. Outros dados da pesquisa confirmam isso: 70% dos entrevistados afirmam que não estão em busca de outro trabalho e, dentre os 30% restantes, 76% consideram continuar fazendo entregas mesmo após a pandemia.

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O presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, explica o novo perfil dos profissionais que atuam em plataformas digitais.

“Eles atribuem a preferência pelo atual modelo a fatores como flexibilidade da jornada, possibilidade de gerar a própria renda e a vantagem de não ter patrão.”

Ao mesmo tempo, a crescente entrada de novos trabalhadores no setor de delivery de alimentos também torna urgente as discussões acerca da necessidade de se regular o trabalho em plataformas digitais. “O Brasil precisa de uma regulamentação que garanta segurança, ganhos mínimos e proteção social ao entregador que trabalha com plataformas digitais, sem comprometer sua autonomia e liberdade de escolha ao exercer a atividade”, afirma Diego Barreto, vice-presidente de finanças e estratégia do iFood.

Entregas por aplicativo geram aumento de renda

Dos entrevistados ouvidos, 85% têm a intenção de continuar como entregadores, sendo que 42% se veem na atividade no curto prazo (1 ano), 35% no médio prazo (3 anos) e 14% no longo prazo (5 anos). A grande maioria (92%) também afirma sentir orgulho de trabalhar como entregadores por meio de plataformas digitais.

Além de ser uma nova opção de trabalho, as entregas por aplicativo trouxeram uma perspectiva de aumento de renda para muitos trabalhadores brasileiros. Dos 2.643 ouvidos, 59% afirmam que a renda atual é maior do que a renda com o trabalho anterior e 79% afirmam que a entrega por aplicativos é sua única fonte de renda.

A média salarial mensal de ganhos dos entregadores por aplicativo que foram ouvidos na pesquisa é de 2.154 reais, quase o dobro do salário mínimo atual. O valor recebido por quem utiliza aplicativos também é 35% maior que a renda de quem trabalha direto para restaurantes, que é de R$ 1.592. Já a média dos entregadores que mantém outras fontes de renda é de R$ 1.902.

Os dados também apontam para o crescimento da nova economia, especialmente entre os mais jovens. 75% dos entregadores de 18 a 25 anos que já tiveram outros trabalhos afirmam preferir a atual atividade, que também vem se configurando como porta de entrada no mercado de trabalho. É o caso dos 13% que citam a atividade como sua primeira experiência profissional, sendo que entre os jovens de 18 a 24 anos o percentual sobe para 32%.

A pesquisa do Instituto Locomotiva entrevistou 2.643 entregadores de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), Curitiba, Belém e Brasília.

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