O Pix é instantâneo. Isso todo mundo já sabe. Por isso, todo cuidado é pouco em relação à transferências. Toda a facislidade e a modernidade do serviço de transferência bancária criado pelo Banco Central estão sendo utilizadas por golpistas.
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Para quem caiu no golpe, é até difícil de acreditar. “Tudo conspirou a favor do bandido naquele dia”, relata Edson Dias, corretor de imóveis que foi vítima do golpe do Pix.
Durante o dia, a esposa dele e uma amiga do casal passaram horas resolvendo negócios até que que ficou certo um Pix de um valor, no dia seguinte, para a Michele, a amiga. No final do fatídico dia, a mesma amiga entrou em contato pelo WhatsApp, dizendo apenas “oi”, e a esposa do corretor foi logo dizendo “que o Poxa estava certo para o outro dia”, foi um prato cheio para o criminoso, que não só pediu pra antecipar, como solicitou um valor a mais.
“Íamos transferir cerca de R$ 780, mas ele pediu R$ 980, dizendo que no outro dia se acertava. Como tínhamos contato, confiança e fazíamos muitas transferências para ela, não vi problema, fizemos o Pix”, conta Edson.
A abordagem para o golpe
Os golpes com o contato no WhatsApp acontecem, geralmente, após alguém conseguir sequestrar, ou clonar a conta de outra pessoa no aplicativo — como quando o golpista entra em contato e simula uma pesquisa ou atendimento e, depois de conquistar a confiança, pede a confirmação de um código enviado para o celular dela. Ou por meio de link em mensagens de texto ou e-mail. Este código permite que o golpista acesse a conta. A partir daí, o estelionatário comanda o WhatsApp da vítima e começa a pedir dinheiro para os contatos.
“É preciso desconfiar sempre, ligar pra pessoa, buscar informações e jamais fazer transferência para contas ou Pix de desconhecidos”, aconselha o delegado Andrade Júnior, titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações de Fortaleza.
Edson não fez isso. E só se deu conta que tinha caído num “conto do vigário”, quando, minutos depois, o estelionatário, ainda se passando pela amiga, pediu mais dinheiro. Foi ali que ele resolveu ligar para a amiga Michele.
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“’Não transfira nada, não sou eu’, foi assim que Michele já atendeu ao telefonema. Ali eu só tive reação pra responder: ‘eu já transferi’, e não tinha mais jeito”, lembra o corretor, mais uma vítima de bandidos que se aproveitam da bondade e da confiança alheia.
A orientação de especialistas é: nunca realizar uma transferência a pedido sem antes conversar pessoalmente ou por chamada telefônica e desconfiar se o Pix estiver em nome de alguém que você não conhece.
“Ficou o aprendizado. Fiz de conta que investi àquele dinheiro num curso para saber mais de segurança cibernética, na internet”, finalizou Edson.