O vitiligo é caracterizado pelo aparecimento de manchas brancas, nacaradas, e isso pode ocorrer em qualquer tipo de pele.
Dia Mundial do Vitiligo conscientiza sociedade em relação ao preconceito contra a doença
Ao contrário do que muitos pensam, o vitiligo não é uma doença contagiosa. De acordo com a médica Hercília Queiroz, especialista em dermatologia, as causas ainda não estão definidas, mas acredita-se que se trata de situação em que há uma predisposição genética e que pode estar associada a fenômenos autoimunes, alterações ou traumas emocionais ou contato com substâncias citotóxicas, fatores desencadeantes ou de piora da doença.
A decoberta da doença, que geralmente ocorre entre os 13 e 22 anos, não é fácil. Principalmente para adolescentes e jovens, que precisam lidar com maturidade com as mudanças no corpo e o preconceito.
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“Não é fácil o processo de descoberta. Eu descobri ainda criança e é preciso muito equilíbrio e apoio pra enfrentar. As minha primeiras manchas foram no pé e na boca, e tem a questão da autoestima”, disse Jefferson Magalhães, que descobriu o vitiligo aos 10 anos.
O vitiligo é caracterizado pelo aparecimento de manchas brancas, nacaradas, e isso pode ocorrer em qualquer tipo de pele. Essas manchas surgem devido a uma redução ou ausência dos melanócitos, que são as células responsáveis pela produção de melanina, substância que dá cor à pele.
Como o vitiligo é uma doença que não tem cura, o tratamento deve ser orientado por um dermatologista pois é necessário testar várias formas de tratamento, como fototerapia ou aplicação de cremes e pomadas com remédios corticoides ou imunossupressores, para entender qual a melhor opção em cada caso. Há alguns fatores que influenciam, como se as lesões são recentes ou antigas, a quantidade de pele acometida e o local.
“Durante a pandemia de covid-19, houve um aumento do estresse na maioria da população mundial. E o que sabemos, de acordo com a literatura médica, é que o estresse agrava a doença. Mais manchas podem aparecer, assim como com baques psicológicos”, garante a doutora Hercília.
Foi exatamente isso que ocorreu com o Jefferson. Por diversas vezes ele teve o agravamento das manchas por problemas psicológicos ou pressões sociais.
“Agora (na pandemia), as minhas manchas nas mãos ficaram muito maiores. Eu tive que fechar a loja, acumulei dívidas e isso me abalou demais. Depois (com a retomada econômica), eu pude reabrir o meu negócio e foi decisivo para o vitiligo diminuir”, conta Jefferson.
Apesar da doença não gerar dores, por exemplo, os cuidados precisam ser redobrados, garantem os especialistas. É fundamental manter alguns cuidados, como evitar a exposição solar excessiva e utilizar um protetor sol com fator de proteção alto, pois a pele afetada é muito sensível e pode queimar facilmente.
Organizado todo 25 de junho, o Dia Mundial do Vitiligo abre espaço para ampliar a divulgação e os esclarecimentos sobre essa doença dermatológica, pela qual muitos pacientes ainda são vítimas de preconceito. É preciso conhecer para gerar empatia.
“Na juventude eu pensava que ia ter problemas pra namorar. Pensava que não ia ser aceito. Já mudaram de lugar no ônibus porque eu sentei ao lado. Tive que ouvir muitas coisas ruins. Piadinhas de gosto duvidoso. Mas graças a autoaceitação e o apoio da minha família, eu superei tudo”, desabafa Jefferson, que hoje é um empresário de sucesso.
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O que ele define como “piadinhas”, na verdade é preconceito. E isso, na maioria das vezes vem da desinformação. O apoio da família e a autoaceitação são primordiais para ter uma vida plena com o vitiligo. É saber que as manchas na pele são mais uma característica, como a cor do cabelo, dos olhos, uma boca mais carnuda ou um nariz mais avantajado. São diferenças que, na realidade, não deve mudar o modo de viver de ninguém.
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