A pandemia da Covid-19 continua impactando nos serviços de saúde. Por isso, a força de trabalho nas unidades hospitalares e postos de atendimento precisou ser ampliada. Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), por exemplo, houve aumento de mais de 40% no quadro de pessoal na equipe de assistentes sociais.
Antes do período pandêmico, as nove UPAs administradas pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) – seis delas estaduais – somavam 27 assistentes sociais. Hoje, devido ao aumento da demanda, são mais de 60 profissionais atuando nos equipamentos.
O serviço de Assistência Social nas UPAs é oferecido aos pacientes desde 2012. Os profissionais são responsáveis pelo acolhimento ao paciente e suporte para a família. Os assistentes sociais articulam possíveis visitas de familiares, explicam as normas da unidade, promovem uma rede socioassistencial e atuam quando há violação de direitos do paciente, fazendo a denúncia aos órgãos competentes, de acordo com cada caso.
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Além dessas responsabilidades, os profissionais trabalham em casos de pacientes que chegam sem nenhum familiar, investigando os dados pessoais para encontrar algum parente. Entre os colaboradores das unidades, os assistentes sociais alinham fluxos, rotinas e protocolos com os profissionais que atuam na linha de frente para garantir eficácia e maior acolhimento durante atendimento.
“Quando chega uma paciente mulher com traços de violência doméstica, por exemplo, nós orientamos e direcionamos para a Delegacia da Mulher. No caso de violência contra a criança, direcionamos para o Conselho Tutelar. Também contamos com o apoio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e do Centro de Referência de Assistência Social (Cras)”, detalha a assistente social e coordenadora de Serviço Social das UPAs, Danielle Brito.
Reabilitação de pacientes
A equipe de assistentes sociais também passou a participar da reabilitação de pacientes com Covid-19, promovendo momentos de maior humanização durante a recuperação dos acometidos pela doença. “Os assistentes sociais, assim como os profissionais de saúde, passaram a fazer chamadas de vídeo entre o paciente e a família. Mesmo com a distância, percebemos que esse simples contato promove uma recuperação mais rápida e eficaz do paciente, que se sente mais motivado. Essas iniciativas devem ser adotadas mesmo após a pandemia”, afirma Brito.
Projeto ‘Correio do Amor’
A equipe das UPAs inaugurou o projeto “Correio do Amor”, no qual pacientes com Covid-19 recebem cartas, fotos e desenhos dos familiares.” Além das chamadas de vídeo, essa iniciativa também promoveu eficácia na recuperação dos pacientes. Coletamos todas as cartinhas e fotos, e o material é lido para o paciente; depois colocamos em um mural para visualização daqueles que estão isolados da família”, acrescenta a coordenadora.
A equipe de Serviço Social das UPAs assumiu a missão de ser um elo entre pacientes e famílias e compartilha grandes histórias de sucesso. Na UPA Canindezinho, por exemplo, havia um paciente que não queria ser internado, pois achava que seria intubado. Com muita conversa, acolhimento e orientação da equipe, ele decidiu permanecer.
“O paciente ficou internado na UPA por quase uma semana e depois foi transferido para outra unidade. Durante o tempo em que ficou na UPA, mantínhamos um contato constante com a esposa, que recebia informações diárias do estado clínico repassado, na maioria das vezes, pelo médico assistente. Também fazíamos chamadas de vídeo diárias e mantínhamos um clima de confiança e esperança em sua recuperação. Quando saiu a vaga para transferência, ele não queria ir. Disse que na UPA se sentia em casa, confiava na equipe e tinha medo de como seria em outro lugar”, lembra Maria Fernandes Escobar, assistente social da UPA Canindezinho.
“Novamente fizemos as orientações necessárias e ele foi. Na semana passada, a esposa esteve na UPA. Veio trazer um recado. O paciente ainda estava internado em um hospital, mas apresentava melhora progressiva. Ele pediu que ela viesse à UPA agradecer e dizer que ele atribuía sua melhora à maneira como foi atendido e ao sentimento de confiança e esperança com que o cuidamos”, continua a assistente social.
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