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Governo Bolsonaro pediu propina de US$ 1 por dose a vendedor de vacina, diz jornal

Governo Bolsonaro pediu propina de US$ 1 por dose a vendedor de vacina, diz jornal

Denúncia recai sobre a gestão do presidente Jair Bolsonaro. Foto: © Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em entrevista exclusiva à Folha de São Paulo, divulgada na noite desta terça-feira (29), o representante de uma vendedora de vacinas afirmou que recebeu pedido de propina de US$ 1 (um dólar) por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde.⠀

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A denúncia foi feita por Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply. Segundo ele, o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, teria cobrado a propina em um jantar no restaurante Vasto, em um shopping de Brasília, no dia 25 de fevereiro deste ano, na véspera de uma agenda oficial com Roberto Dias no Ministério da Saúde e um dia após o país ter atingido a marca de 250 mil mortos em decorrência da covid-19.⠀

Diante da oferta, a Davati Medical Supply teria buscado o Governo Federal para negociar 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca com uma proposta feita de US$ 3,5 (três dólares e meio) por cada dose. Após esse contato, o valor passou a US$ 15,5. “O caminho do que aconteceu nesses bastidores com o Roberto Dias foi uma coisa muito tenebrosa, muito asquerosa”, disse Dominguetti à Folha do São Paulo.

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Ao questionar a fonte sobre como seria essa forma, o jornal obteve como resposta: “Acrescentar 1 dólar”. De acordo com Luiz Paulo Dominguetti Pereira, US$ 1 por dose. “E, olha, foi uma coisa estranha porque não estava só eu, estavam ele [Dias] e mais dois. Era um militar do Exército e um empresário lá de Brasília”, afirmou o representante.

Ainda na entrevista à Folha, Dominguetti garante ter recusado o pedido de propina feito pelo diretor do Ministério da Saúde.⠀ “Aí eu falei que não fazia, que não tinha como, que a vacina teria que ser daquela forma mesmo, pelo preço que estava sendo ofertado, que era aquele e que a gente não fazia, que não tinha como. Aí ele falou que era para pensar direitinho e que ia colocar meu nome na agenda do ministério, que naquela noite que eu pensasse e que no outro dia iria me chamar”, declarou a fonte, para sequência afirmar Roberto Dias teria dito que “tinha um grupo, que tinha que atender a um grupo, que esse grupo operava dentro do ministério, e que se não agradasse esse grupo a gente não conseguiria vender”.

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Até o fechamento desse texto, o Governo Federal não tinha se manifestado sobre o assunto, seja por meio de site, nota, Ministério da Saúde ou redes sociais do presidente Jair Bolsonaro e seus ministros.

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