ENTREVISTA EXCLUSIVA

Doria afirma que faria tudo diferente de Bolsonaro se fosse presidente

Ao novo programa Jornal da Manhã Entrevista, com Patrícia Calderón, Doria classificou Bolsonaro de “negacionista” e “desumano”

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1 de julho de 2021
Antonio A. F. dos Santos

Apontado como um possível candidato à presidência em 2022, João Doria (PSDB) afirma que se estivesse comandando o País durante a pandemia de covid-19, faria tudo completamente diferente do que fez o presidente Bolsonaro (sem partido). Na avaliação do governador de São Paulo, o atual líder do Executivo é “desumano” e “não olha o mais pobre”. A afirmação foi feita em entrevista ao Grupo Cidade de Comunicação.

Doria afirma que faria tudo diferente de Bolsonaro se fosse presidente
Foto: GCC

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Questionado sobre o que faria de diferente de Bolsonaro no combate à pandemia, Doria é contundente: “Exatamente o oposto daquilo que ele fez. Teria recomendado a quarentena, teria apoiado os governadores e prefeitos, teria recomendado e tornado obrigatório o uso de máscara, teria feito um esforço para comprar muitas vacinas, várias vacinas e teria iniciado a vacinação em outubro, como nós poderíamos ter feito, pois já tínhamos a vacina aqui em São Paulo, a vacina do Butantan. E teria respeitado os mais pobres, os mais humildes. O presidente Jair Bolsonaro desrespeita, ele é desumano, ele não olha o mais pobre, ele não olha o desvalido, ele não olha as pessoas que mais precisam de apoio, que são as pessoas de extrema pobreza. Além de um negacionista é um desumano”.

Durante a entrevista, João Doria criticou diversas posturas do presidente da República no combate à pandemia, acrescentando, ainda, um aceno aos demais governadores do Brasil. “[Bolsonaro] errou do ponto de vista de ter feito a opção equivocada pela cloroquina e não pela vacina. De não ter proposto a quarentena e nem, tão pouco, máscaras. Coube aos governadores, ao governador do Estado do Ceará, e aos outros 26 governadores, inclusive eu, as medidas mais duras, mais difíceis, no combate à pandemia”.

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A relação entre a família Bolsonaro e João Doria

Um dos maiores críticos das falas e posturas do presidente, João Doria apontou seu “desprezo” à família Bolsonaro e indicou o clã com a “tristeza que se abateu sobre o Brasil”.

“É uma tristeza que o Brasil, hoje, seja o pária do mundo. Hoje, o nosso país é um pária no mundo, é o país do negacionismo, é o país indesejado, nós brasileiros somos indesejados. Calderón, se você quiser viajar aos Estados Unidos, à Europa e mesmo ao Paraguai ou Uruguai, você não será aceito, porque temos um governo negacionista”, afirmou o governador de São Paulo.

Impeachment de Bolsonaro

Apesar da postura crítica, Doria acredita que o impeachment do presidente Bolsonaro só deve acontecer com as mobilizações de rua e, para ele, ainda é preciso avançar na vacinação para realizar aglomerações.

“Nós teremos que aguardar, talvez, até o mês de outubro, quando já teremos o processo vacinal completo da primeira dose e as pessoas estarão dentro de uma imunização aceitável para fazerem manifestações e aglomerações. Sem o povo na rua, eu não acredito em impeachment no Brasil”, afirma .

Voto impresso é ‘obsessão doentia’ de Bolsonaro

João Doria também falou sobre o voto impresso no País. Para ele, não há nada que motive essa mudança no processo eleitoral e, na verdade, o voto impresso seria uma “obsessão doentia e paranóica do presidente Jair Bolsonaro”.

“Nada demonstra que o voto eletrônico possa ser violado. Apenas na mente doentia de Jair Bolsonaro, dos seus familiares e de alguns dos seus seguidores. Sigo desejando que se mantenha o voto eletrônico, pela sua segurança, pela sua eficiência e pela rapidez da operação”, afirmou Doria.

João Doria vem ao Ceará

Apesar de o PSDB ainda estar em fase de primárias para a definição do candidato tucano para as eleições presidenciais de 2022, Doria já ensaia aproximações com outros expoentes políticos para conquistar espaço pelo País. Durante o bate-papo ele confirmou que tem visita programada para o Ceará, quando deverá ter um encontro com o governador Camilo Santana e o senador Tasso Jereissati.

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