ESPECIAL CIÊNCIA

Conheça o Capacete Elmo, equipamento cearense que salva vidas em vários estados do Brasil

O dispositivo foi pensado para resolver problemas urgentes do sistema de saúde durante o combate à pandemia de covid-19

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7 de julho de 2021
Márcia Catunda

Abril de 2020. Fazia cerca de um mês que o Brasil enfrentava um novo vírus, com uma alta capacidade de contágio e que se mostrava um desafio para o sistema de saúde do País. Hospitais lotados e uma alta demanda por respiradores mecânicos e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) fizeram um grupo de pesquisadores e cientistas de diversas instituições cearenses se reunir para desenvolver uma solução rápida e eficaz: o Capacete Elmo.

Conheça o Capacete Elmo, equipamento cearense que salva vidas em vários estados do Brasil
Foto: Governo do Ceará

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“Nós sentamos em uma mesa virtual em abril de 2020 para enfrentarmos dois grandes problemas. A falta de ventiladores mecânicos, chamados respiradores, e falta de leitos de UTI. Porque a pandemia estava, naquela época, numa velocidade alarmante e a gente tinha um cenário muito ruim de falta desses equipamentos, desses leitos. E a proposta que foi colocada na mesa, a inicial, era: vamos desenvolver um ventilador mecânico aqui no Ceará”, conta Marcelo Alcantara, superintendente da Escola de Saúde Pública (ESP).

O médico, porém, se colocou contra essa primeira proposta do grupo. Isso porque, diante da velocidade em que a pandemia de covid-19 estava se espalhando pelo Estado, Marcelo Alcantara entendeu que seria necessária uma solução mais rápida e eficaz. “Não seria possível, tecnologicamente, um estado como o Ceará desenvolver um ventilador mecânico num espaço de tempo curtíssimo, que era o necessário”, diz.

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Foi quando superintendente da ESP apresentou uma ideia inspirada em capacetes hiperbáricos usados em tratamentos na Europa e nos Estados Unidos. “Num primeiro momento isso assustou um pouco as pessoas, porque era algo que absolutamente ninguém estava pensando. Mas, depois, usei esses argumentos e a equipe, os gestores que estavam nessa reunião, aceitaram a ideia, acharam que era uma boa ideia, porque a expectativa, naquela época, era de que metade dos pacientes que usassem o equipamento não precisariam ser intubados”, conta Marcelo Alcantara.

Porém, os resultados apresentados pelo Capacete Elmo até hoje ultrapassam essa expectativa. A estimativa é que cerca de 60% dos pacientes com covid-19 que usaram o dispositivo conseguiram se recuperar sem a necessidade de ventiladores mecânicos ou um leito de UTI. Além disso, o equipamento traz uma outra vantagem: a capacidade de interação com o paciente de forma segura.

“Pelo fato de ser um capacete em que o sistema fica selado no pescoço, sem vazamento, ele pode ser usado e não contamina o ar, o ambiente, com partículas virais. Então não contamina o profissional de saúde que chega perto do paciente, não contamina o salão onde está o paciente, enfermaria onde está o paciente, e nem mesmo os familiares que visitem o paciente naquele momento em que ele está com o capacete”, explica Marcelo Alcantara.

E toda essa tecnologia foi desenvolvida em velocidade recorde graça à união de diversas entidades e vários profissionais do Ceará. “Realmente foi muito rápido. Algo que levaria, talvez, quatro, cinco anos, ocorreu em poucos meses. Isso mostra que quando há uma necessidade premente e um engajamento de várias instituições com o mesmo objetivo, a gente consegue ter resultados muito bons”, afirma o superintendente da ESP.

O futuro do Capacete Elmo

Apesar de a história do Capacete Elmo já ser surpreendente, ela ainda está longe de estar concluída. Na avaliação de Marcelo Alcantara, esta versão do equipamento, que já foi distribuída para 23 estados brasileiros, ainda é uma versão inicial, feita para o “enfrentamento de uma guerra”.

“Essa segunda onda, particularmente, foi um verdadeiro drama no Ceará e no Brasil inteiro, porque ela ocorreu de modo simultâneo, em todas as regiões do Brasil. Esse modelo já teve um resultado excelente do ponto de vista dos objetivos a que ele se propõe”, reforça.

Mas os cientistas já pensam em acrescentar melhorias ao equipamento. “A empolgação com esse projeto é tão grande que a gente acha que há melhorias a serem feitas e há inovações a serem incorporadas a esse modelo, para dar mais segurança, mais eficácia, para que o dispositivo seja incorporado no sistema de saúde como um todo”, conclui.

Saiba mais na reportagem da TV Cidade Fortaleza:

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