O bancário Jefferson Lima conta que a paternidade surgiu como uma renovação em um momento de tristezas e despedidas
“Deus colocou ele no dia certo”, diz pai que viu filho nascer quatro dias depois da morte de familiar na pandemia
A paternidade sempre esteve entre os sonhos de Jefferson Lima dos Santos. Porém, com a chegada da pandemia de Covid-19, ele e a esposa, Maria Coutinho, pensaram em adiar esses planos para depois. O casal só não contava que o pequeno Arthur não ia esperar esse período passar. Mas se engana quem pensa que a criança veio ao mundo em um momento pouco oportuno. “Deus colocou ele no dia certo”, afirma Jefferson, lembrando do dia do nascimento do filho.
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Revirando as memórias, o casal lembra que toda a gestação foi atípica, já que as reuniões com a família para celebrar momentos importantes não podiam acontecer por conta do isolamento social. O chá de revelação, por exemplo, para contar aos amigos e familiares se quem estava por vir era Arthur ou Melissa, precisou ser transmitido em uma live nas redes sociais.
O período do nascimento, porém, foi o mais sensível, especialmente para Jefferson. Arthur veio ao mundo apenas quatro dias depois de uma despedida difícil para o pai. “Ele nasceu na semana que a gente perdeu uma pessoa muito querida na pandemia”, conta Jefferson, referindo-se à madrinha que ele diz ser como uma “segunda mãe”.
Quando lembra deste período, Jefferson relata uma profusão de sentimentos, passando da tristeza de ter perdido uma pessoa amada para a chegada de uma nova vida, do seu primeiro filho. “Eu costumo dizer que ele trouxe vida onde havia morte. Infelizmente a vida também passa por esse processo, de morte. Mas também tem essa coisa maravilhosa que é o nascimento”, afirma.
Atualmente, Jefferson vive o seu sonho da paternidade como um processo de aprendizagem incessante. “A cada dia eu me torno mais pai. Porque sempre é uma coisa nova, sempre é um aprendizado novo. E o sentimento só aumenta. A cada dia que eu saio do trabalho eu só consigo pensar nele, em chegar em casa para ver ele”, desabafa.
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Quando precisa sintetizar e colocar em palavras todos esses sentimentos que a paternidade lhe proporciona, Jefferson ainda encontra dificuldades. “É algo inexplicável. Antes de ele nascer eu achava que ia conseguir dizer para as pessoas o que era ser pai e o que era sentir ser pai. Até agora eu não consegui definir, porque eu não consigo. É amor, carinho, dedicação, cuidado, felicidade, força”, alegra-se.
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