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Bolsonaro recebe tanques e blindados da Marinha na Esplanada dos Ministérios, em Brasília

Bolsonaro recebe tanques e blindados da Marinha na Esplanada dos Ministérios, em Brasília

Foto: TV Globo/Reprodução

Na manhã desta terça-feira (10), a Marinha passou em frente ao Palácio do Planalto com blindados, tanques e veículos militares para entregar um convite ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para que ele compareça a um treinamento das Forças Armadas no entorno do Distrito Federal. Este ato acontece no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados deve votar a PEC do Voto Impresso, proposta de mudança no sistema eleitoral que é defendida pelo presidente.

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Este convite é para que Bolsonaro compareça a um exercício militar que acontece todos os anos na cidade de Formosa, no Entorno de Brasília. Este evento acontece todos os anos de 1988 e, geralmente, os presidentes são convidados para comparecer. Porém, não é comum que o convite seja entregue em um desfile de militares.

Diversos parlamentares trataram sobre o assunto desde o anúncio de que este desfile iria acontecer. Ainda na segunda-feira (9), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), considerou o desfile uma “trágica coincidência”. “Não é que eu apoie essa demonstração. Bem verdade, eu procurei informações, essa operação Formosa acontece desde 88 aqui em Goiás”, afirmou.

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Já o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Omar Aziz (PSD-AM), criticou o desfile militar durante a abertura dos trabalhos desta terça-feira: “ataque frontal à democracia”, destacou.

Bolsonaro recebeu o convite na rampa do Palácio do Planalto, acompanhado dos ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Braga Netto (Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Milton Ribeiro (Educação). O presidente da República também estava acompanhado dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.

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Senadores repudiam desfile com tanques e blindados

O  senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) informou que entrará com uma ação popular, junto com a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP), para tentar impedir o gasto de recursos públicos com o desfile. Segundo Alessandro, o evento é uma “exibição vazia de poderio militar”.

“As Forças Armadas, instituições de Estado, não precisam disso. Os brasileiros, sofrendo com as consequências da pandemia, também não. O Brasil não é um brinquedo na mão de lunáticos”, justificou ele pelo Twitter.

Na mesma rede social, a líder da bancada feminina no Senado, Simone Tebet (MDB-MS), declarou que o desfile é um exemplo de “intimidação real, clara, indevida e inconstitucional”. Ela acrescentou que, “se [o desfile] acontecer, só cabe à Câmara dos Deputados rejeitar a PEC [proposta de emenda à Constituição], em resposta clara e objetiva de que vivemos numa democracia e que assim permaneceremos”.

Para o senador Paulo Rocha (PT-PA), o ato é um “afronta” ao país. “A democracia não será intimidada!”, escreveu ele em suas redes sociais. O senador Rogério Carvalho (PT-SE) considerou a ação muito grave: “Clara provocação e ameaça contra a democracia”.

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) também se manifestou: “Os golpistas escalaram na retórica e farão a democracia de refém, nessa tentativa nefasta de converter o país numa República de Milícias”. Por sua vez, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que o evento é uma “demonstração de covardia” e que os veículos militares pertencem à nação, e não ao presidente. A Rede, juntamente com o PSOL, ingressou com um mandado de segurança no STF solicitando liminar que impeça a realização de qualquer desfile militar no centro de Brasília durante a votação da PEC do voto impresso.

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