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Tiririca manteve gastos com viagens pagas com recursos públicos mesmo após inquérito, aponta investigação

Foto: Câmara dos Deputados

Desde 2019, o Ministério Público Federal (MPF) investiga o deputado federal cearense Tiririca (PL-SP) pelo suposto uso de verbas parlamentares para custear passagens aéreas com destino a Fortaleza, no Ceará. Francisco Everardo Tiririca Oliveira Silva foi eleito pelo estado de São Paulo, onde tem domicílio eleitoral, e está no terceiro mandato. No entanto, a prestação de contas do político registra a emissão de 133 bilhetes aéreos entre 2019 e 2021, totalizando cerca de R$ 130 mil, com origem ou destino ao estado cearense.

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O humorista tem uma mansão em Fortaleza, um sítio nas proximidades da capital, realiza shows e tem parentes na região. Conforme as regras, o uso da cota parlamentar para a aquisição de passagens aéreas é permitida sob a condição de ter relação com atividades do mandato vigente. O inquérito aberto pelo MPF apura se o dinheiro foi gasto com passagens para as viagens até Fortaleza com fins pessoais.

De acordo com o sistema de prestação de contas da Câmara dos Deputados, desde 2019, foram registrados 129 bilhetes aéreos. Após a abertura da investigação, há 2 anos, foram emitidas 26 passagens até fevereiro de 2021.

Ainda nos registros, consta a emissão de 11 bilhetes no mesmo dia, nos quais Tiririca é passageiro. A investigação está em andamento no Ministério Público Federal de Brasília.

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Vida política

Tiririca, que em 2017 anunciou que deixaria a vida pública, foi eleito dois anos depois com 453.855 votos no estado de São Paulo. Ele declarou domicílio eleitoral na capital paulista, na 6ª Zona Eleitoral, na Vila Mariana (Zona Sul). Os endereços da campanha ficam na Zona Leste e na região da Avenida Paulista. No entanto, os vínculos com Fortaleza aparecem nos outros documentos encaminhados no registro da candidatura, como a carteira de habilitação do Ceará.

Nas certidões encaminhadas à Justiça Eleitoral, consta uma investigação por assédio sexual contra uma ex-funcionária. O caso, que ainda não teve desfecho, é de 2017 e foi encaminhado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a Polícia Federal de São Paulo. No inquérito, surgem mais ligações de Tiririca com Fortaleza. Ele admite que tem um sítio próximo à cidade, porém a propriedade não consta na relação de bens entregue à Justiça Eleitoral.

O deputado — que recebe salário bruto de R$ 33.763, auxílio-moradia mensal de R$ 4.253, além da cota parlamentar — é devedor da União. A empresa dele, N.M. Comércio e Produções Artísticas, está inscrita na Dívida Ativa da União com débito de R$ 20 mil de tributos federais.

Neste ano, Tiririca apresentou três proposta legislativas. No ano passado inteiro, foram quatro.

Outro lado

Desde a última semana, o portal R7 tentou entrar em contato com o deputado Tiririca, por meio de email, do celular da assessoria e do telefone do gabinete do parlamentar, mas, até agora, não houve resposta.

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