A B3, uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro do mundo e uma das maiores em valor de mercado, divulgou que mais de um milhão de mulheres passaram a investir na bolsa de valores no Brasil. De acordo com a instituição, o público feminino corresponde a 1.007.982 CPFs na B3. O resultado divulgado pela organização ao final de cada mês é referente a abril deste ano. Entre 2017 e 2020, o crescimento foi de quase 500%, saltando de 141.738 mil para 847.585 mil investidoras.
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“Hoje a mulher tem aumentado o protagonismo no orçamento familiar. Ela está se preocupando mais em planejar, ter um rendimento passivo via juros, numa certa idade, ou seja, ter uma renda que não seja oriunda do próprio esforço de ter que trabalhar. Vale lembrar que essa renda passiva deve manter o padrão de vida em que se vive. A própria educação financeira que se fez nos últimos anos, incentivou que as mulheres entendessem que investir em empresas, por exemplo, tem muito mais potencial de atingir a renda passiva e assim aumentar o seu capital”, explica a especialista na área, Louise Freire.
De acordo com a especialista, as quedas nas taxas de juros no País contribuíram para o movimento de alta. A Selic chegou à marca de 2% no ano de 2020, o que intensificou a migração de investidores da renda fixa para a renda variável, o que acabou atraindo mais brasileiros que estavam iniciando nos investimentos.
“Quando as investidoras nos procuram é justamente pensando numa projeção de futuro. Com a redução da taxa de juros, a gente começa a ver que o que o dinheiro rende não está proporcional ao reajuste de preços como escola, alimentos, etc. Então a mulher começou a se movimentar e abrir a mente para outros investimentos a longo prazo”, explica a especialista.
Apesar do recorde, as mulheres ainda investem menos que os homens. A marca de mais de um milhão de investidoras representa apenas 27,34% do total. Com relação ao volume financeiro do público feminino o valor é, também, ainda menor. São 104,4 bilhões contra R$ 400,67 bilhões de investidores homens.
“A diferença é que as mulheres, ao investir em ações, buscam mais a análise fundamentalista, que é entender exatamente o que as empresas fazem. Muitas vezes as mulheres procuram empresas que tenham uma governança com foco no desenvolvimento sustentável e que façam algo benéfico para a sociedade. Essa atenção é vista bem menos pelos homens.” diz Louise Freire.
Mulheres cearenses investem R$ 1 bi
De acordo com a B3, atualmente, são quase 20 mil mulheres do Ceará que investem na Bolsa. A marca representa o terceiro maior público feminino, no Nordeste. As mulheres cearenses perdem apenas para as baianas (35 mil investidoras) e para as pernambucanas (20 mil investidoras). Os recursos somados referentes às investidoras cearenses passam da marca de R$ 1,3 bilhão.
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