Aumento de armas de fogo em circulação afeta o comportamento da sociedade, conforme especialistas
Ceará é o 3º estado do Brasil em roubos e furtos de armas a empresas de segurança, aponta levantamento
O Ceará ocupa o terceiro lugar do Brasil em roubos e furtos de armas a empresas de segurança privada. Entre janeiro e agosto deste ano, foram registradas 49 ocorrências do tipo. No ranking nacional de roubos, furtos e extravio, o estado cearense fica atrás apenas de Pará e São Paulo.
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A informação consta em um levantamento divulgado pela Agência de dados Fiquem Sabendo, a partir de informações fornecidas pela Polícia Federal, com base na Lei de Acesso à Informação. Em entrevista à Rádio Jovem Pan News Fortaleza, o sociólogo Davi Montenegro afirmou que o cenário de violência se forma com mais armas em circulação.
“Há uma relação direta entre o aumento de armas em circulação na sociedade e o aumento de mortes, homicídios, feminicídios, da violência que causa a morte de pessoas. Devemos levar em consideração que vivemos em um país muito violento, um país que tem enfrentado diversas situações com relação à pobreza, miséria, ao combate ao crime organizado, e que num cenário de explosão das vendas de novas armas, é possível se considerar que cerca de 30% dessas armas passarão a alimentar o crime organizado”, finaliza.
Atualmente, segundo o levantamento, o Ceará possui 131 empresas de segurança privada registradas e reúnem um total de 7.981 armas de fogo. Diante desse número, o Estado está na 11ª posição do ranking nacional.
Ainda segundo Davi Montenegro, aumento da atividade criminosa faccionada e territorializada pode gerar aumento das mortes com conflitos com as forças policiais, como nas disputas do próprio tráfico, o que pode elevar os crimes violentos.
Na última semana, uma operação policial terminou com a captação de 10 armas de fogo e duas réplicas, no conjunto São Miguel, em Fortaleza. Também na Capital, no Parque Manibura, foi apreendido um fuzil. Apenas no último semestre foram apreendidos em operações policiais 8 fuzis, sendo três deles artesanais. Após a apreensão, as armas acompanham o processo na Justiça. No fim, há destinos diferentes. No Ceará, parte é destruída.
Dados da Secretaria da Segurança Pública do Ceará (SSPDS), no primeiro semestre deste ano, apontam que 2.999 armas de fogo foram apreendidas nos municípios cearenses. O número é 5% maior do que o montante recolhido no mesmo período de 2020.
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