Nesta quarta-feira (22) é celebrado o Dia Mundial sem carro. Como manda a tradição, muita gente vai sair de casa de bicicleta, optar pelo transporte público, andar a pé ou mesmo pegar uma carona. Com a data, a expectativa é reduzir a emissão de gases poluentes em todo o planeta.
O uso de transportes sustentáveis, como bicicletas, patinetes e caminhadas, foi reforçado no mundo desde o ano passado, em consequência da pandemia de covid-19. E um estudo mostra que andar a pé foi a modalidade que se tornou mais popular no período, com 78 pontos de satisfação em uma escala de zero a 100.
De acordo com o estudo Mobility Futures 2021: The Next Normal, da empresa de consultoria Kantar Insights, o maior aumento foi observado na Europa, onde houve incremento de 4,8% entre 2019 e 2020. O uso de bicicletas e patinetes também mostrou alta de 3% no mundo.
Já a utilização de veículos coletivos teve queda. Transportes públicos, como ônibus e metrôs, tiveram redução global de 5,6% porque, apesar de contribuírem para o controle de poluentes, não são boas opções em um contexto de pandemia, já que aumentam o risco de contágio, informou a Kantar.
O doutor em Ciências do Solo, David Corrêa, reforça que a pandemia do novo coronavírus foi responsável pela queda na poluição em todo o mundo. Ouça:
>>>Siga o GCMAIS no Google Notícias<<
O massoterapeuta Emílio Lima trocou aos poucos o carro pela bicicleta. Os benefícios dessa atitude já podem ser sentidos na saúde e também no meio ambiente. Ouça:
>>>Acompanhe o GCMAIS no YouTube<<<
Dados da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike) revelam que, apesar da pandemia, o ano de 2020 trouxe bons resultados para o mercado de bicicletas, com média de 50% de aumento nas vendas em comparação ao ano anterior. No primeiro semestre de 2021, não foi diferente. O Brasil teve expansão média de 34,17% nas vendas das bikes em relação ao mesmo período do ano passado. E a tendência continua para o resto do ano.
A poluição do ar pode causar doenças como bronquite, asma e até câncer de pulmão. 7 milhões de pessoas morrem, todos os anos, pela emissão de poluentes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Dia Mundial sem carro incentiva o uso de modais alternativos como a bicicleta e os carros elétricos compartilhados, além da chamada “carona solidária” para evitar o uso expressivo da frota veicular. Para o especialista David Corrêa, os desafios ainda são grandes. Ouça:
Leia também | Fortaleza possui a maior frota de veículos entre as capitais do Nordeste
Frota de veículos em Fortaleza
Apesar de Salvador ter a maior população entre as capitais nordestinas, Fortaleza ocupa o primeiro lugar no ranking da quantidade de veículos. A capital cearense atingiu a marca de 1.182.684 veículos na frota total, somando carros, motos e motonetas. Salvador aparece em segundo lugar, com uma frota de 1.039.971 veículos. Os dados são dos Departamentos Estaduais de Trânsito do Ceará e da Bahia.
Segundo os dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, um carro emite cerca de 8 vezes mais gases poluentes do que um ônibus, que possui a capacidade de carregar uma quantidade muito maior de pessoas. É por isso que estimular a mobilidade sustentável está entre os principais objetivos da gestão das cidades atualmente.
“A Prefeitura de Fortaleza vem elaborando políticas como forma de promover a mobilidade sustentável para o município”, afirma Roberto Torquato, assessor técnico da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC). “De acordo com um estudo, cerca de 61% das emissões de gás de efeito estufa são oriundas dos veículos. Essas ações têm como objetivo, também, reduzir essa participação dos sistemas de transporte da emissão de gases do efeito estufa”, explica.
Origem da data
O Dia Mundial sem Carro é celebrado em 22 de setembro. A data foi criada na França em 1997 e passou a ser adotada em vários países do continente no ano 2000. O objetivo é estimular a reflexão a respeito do uso excessivo de automóveis e fazer as pessoas experimentarem meios de deslocamento alternativos, menos poluentes e mais sustentáveis.