O número de trabalhadores autônomos já totaliza 25,2 milhões no Brasil, patamar recorde na série histórica. No último trimestre móvel, encerrado em julho deste ano, a porcentagem de autônomos cresceu 4,7%, em comparação com o trimestre anterior. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Segundo o diretor-presidente do Sebrae, Carlos Melles, a pandemia foi a principal responsável pelo aumento do empreendedorismo entre os brasileiros. “Nós tivemos um acréscimo de vontade empreendedora de 75%, e destes, 23% são por necessidade, a pandemia os trouxe a serem empreendedores por necessidade”, diz.
Carlos Melles, ainda destaca que “nos últimos anos, quem gera emprego de carteira assinada no Brasil é a micro e pequena empresa, são elas quem tratam do espírito empreendedor.” Atualmente, o país já possui cerca de 7 milhões de micro e pequenas empresas.
Os dados do IBGE mostram que no último trimestre a taxa de desemprego no Brasil caiu 1 ponto percentual e foi para 13,7% na comparação com o trimestre anterior, finalizado em abril. Mesmo com essa queda, o país ainda possui 14,1 milhões de pessoas em busca de um trabalho.
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Segundo o economista César Bergo, a decisão de empreender tem sido uma opção viável para o brasileiro fugir do desemprego.
“Quanto maior a motivação, maior a probabilidade de sucesso. Abrir um negócio próprio tem seus riscos, mas é uma forma recomendável de superar uma situação de desemprego, sobretudo em uma época de pandemia como estamos vivendo agora.”
O economista César Bergo explica que o desemprego no país ainda possui alguns problemas estruturais para serem resolvidos até que o cenário mude significativamente. “Tem muitas questões estruturais ligadas à desigualdade, à concentração de renda, tem a questão do avanço tecnológico que elimina alguns postos de trabalho, a falta de capacitação de mão de obra.”
Apesar do crescimento recente da taxa, o rendimento médio dos trabalhadores diminuiu 2,9%. César Bergo destaca o motivo. “Com o tempo, a renda também caiu, porque você tem a oferta de trabalho e as pessoas acabam aceitando trabalhar por um valor menor do que recebiam antes. Esse é o cenário pós-pandemia.”
No Brasil, as atividades econômicas de maior crescimento no último trimestre foram os setores de construção (10,3%), alimentação (9%), serviços domésticos (7,7%), transporte, armazenagem e correio (4,9%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (4,5%) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (3,2%).