A pandemia da Covid-19 vem afetando diretamente a saúde mental da maior parte da população. Agora, com a queda nos índices dos infectados, fica mais perceptível ainda esta segunda parte do problema e as consequências após mais de um ano e meio de muitas mudanças na rotina. Um estudo inédito do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD) indica que pelo menos 70% dos trabalhadores no Brasil se dizem mais nervosos, tensos ou preocupados de 2020 até então.
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O levantamento ainda aponta que 62% dos entrevistados não perceberam esforços das empresas onde trabalham para ofertar suporte à questão da saúde mental. O psiquiatra Gláucio Fernandes Filho diz perceber o aumento deste nervosismo com o aumento da procura a consultórios de sua especialidade e destaca que o problema vai além do medo exacerbado em relação à contaminação ou transmissão do coronavírus.
“Problemas de sobrecarga profissional, frequentemente observado nas pessoas que estão ou estavam se adaptando ao teletrabalho. Um exemplo importante de categoria profissional que acompanhei em consultório psiquiátrico neste período foi a de professores. Cito ainda a queda na renda familiar, angústia em relação a manutenção de seu emprego, as dificuldades de administração do ensino on-line, principalmente das crianças menores, aumento da irritabilidade, em consequência ao grande período de restrição ao ambiente caseiro. Vem ainda o aumento significativo na ingestão de bebidas alcoólicas em casa”, explica o médico.
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Ainda conforme o especialista, desde o início da pandemia houve uma procura importante de pessoas que nunca foram a um consultório psiquiátrico em a sua toda vida. Mais de 85% dos psiquiatras atenderam pacientes novos, com sintomas relacionados ao estresse do período pandêmico.
“Esclarecimentos sobre o que é sofrimento psicológico e adoecimento mental. Orientações sobre o real impacto de uma doença mental na produtividade da pessoa, apontando para eventuais preconceitos e/ou tabus sobre tais condições de saúde. Melhora da disposição pessoal para a busca espontânea de profissional de saúde mental. Melhora do acesso aos dispositivos públicos de atendimento em psicologia e psiquiatria. Apoio dos empregadores a funcionários em fase de sofrimento psíquico e o incentivo de programas públicos sociais para pessoas desempregadas. Estão são medidas importantes, passos para uma superação”, afirma.
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