INVENTO

Pesquisadores da UFC desenvolvem processo para produzir camarão em pó

Ceará é o segundo maior produtor nacional de camarão, fato que favorece o potencial da produção do crustáceo na forma de pó

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7 de novembro de 2021
Portal GCMAIS

O camarão é considerado um dos itens mais saborosos e versáteis das culinárias brasileira e internacional. Recentemente, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveram um processo para a produção de camarão desidratado em pó.

Pesquisadores da UFC desenvolvem processo para produzir camarão em pó
Foto: Divulgação UFC

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O invento foi reconhecido em setembro pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e resultou em mais uma carta patente para a UFC ‒ a 18ª obtida pela Instituição.

O objetivo é que o camarão em pó, rico em proteína, seja aplicado tanto na culinária quanto na indústria alimentícia, com possibilidade de produção em larga escala, principalmente no preparo de molhos, temperos para macarrão instantâneo, patê, entre outros.

O invento é assinado pelo Prof. José Maria Correia da Costa, docente aposentado do Departamento de Engenharia de Alimentos da UFC, e pelos ex-alunos Janaína de Paula Costa e Luís Gomes de Moura Neto. O processo para obtenção do novo alimento foi o tema da dissertação de Janaína, defendida em 2015.

“O camarão em pó tem um potencial muito grande por ser obtido a partir de uma matéria-prima produzida em grandes quantidades no Ceará. Além disso, como o camarão é algo muito perecível, a transformação do mesmo em um produto industrializado e estável à temperatura ambiente favorece o seu uso durante um período maior”, destacou o professor José Maria Correia da Costa.

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As etapas para a produção do camarão desidratado em pó são: camarão in natura, lavagem, pré-cozimento, retirada do cefalotórax, trituração do abdômen, adição dos adjuvantes de secagem, secagem em spray dryer (secador por pulverização) e embalagem do camarão desidratado em pó.

A lavagem do camarão, no início da preparação, deve ser realizada em água potável, e, se necessário, por mais de uma vez, com o objetivo de retirar todas as partículas de sujeira provenientes da despesca e do transporte. Posteriormente, realiza-se um pré-cozimento a uma temperatura de 100 ºC durante cinco minutos. Em seguida é feita a retirada do cefalotórax do camarão, restando apenas o abdômen, que é processado em um triturador semi-industrial, transformando-o em uma pasta muito fina, desidratada no spray dryer.

A secagem no spray dryer é uma das etapas mais importantes. Nele, o produto é submetido a uma corrente de ar quente com temperatura controlada, ocasionando a retirada da umidade por meio de vaporização. Esse equipamento é fundamental para a secagem de alimentos de diferentes composições químicas, tanto de origem animal como vegetal.

Atualmente, quase toda a produção brasileira de camarões ocorre em estados da região Nordeste (99,6%), sendo que o Ceará é o segundo maior produtor nacional, atrás apenas do Rio Grande do Norte. Aracati, no litoral leste cearense, foi o município que mais produziu camarões no País em 2020, com 3,9 mil toneladas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes a 2020.

“As características de sabor e odor são preservadas e acentuadas, visto que no processo de secagem ocorre a retirada de umidade do alimento, e seus componentes sólidos se concentram no produto. Fizemos a aplicação do camarão em pó em um produto, o qual foi submetido à avaliação sensorial, que comprovou que o sabor e odor de camarão são mantidos após o processo de secagem”, explica Janaína Costa.

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