ENTREVISTA

Sr. Gentileza: ‘atos gentis são ferramentas de transformação social’

Em reconhecimento ao seu trabalho, o Sr. Gentileza já foi indicado duas vezes ao Prêmio Nobel da Paz, nos anos de 2018 e 2019

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13 de novembro de 2021
Márcia Catunda

Neste dia 13 de novembro é comemorado o Dia Mundial da Gentileza. Esta data foi instituída para incentivar pessoas de todo o planeta a criar um mundo mais gentil. No Brasil, um dos maiores defensores desta causa é Luiz Gabriel, mais conhecido como Sr. Gentileza, que acredita que atitudes simples e gentis podem ser o caminho para mudar a nossa sociedade.

Sr. Gentileza: ‘atos gentis são ferramentas de transformação social’
Luiz Gabriel visitou o Grupo Cidade de Comunicação no início deste mês de novembro

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O Sr. Gentileza esteve em Fortaleza no começo do mês de novembro para participar de um evento no BS Innovation Hub, a convite da startup Amar.Elo Saúde Mental. Em entrevista ao portal GCMAIS, o palestrante e escritor contou um pouco da sua história e do seu trabalho na promoção da paz.

A promoção da paz pela gentileza

Luiz Gabriel conta que o apelido surgiu ainda no início dos anos 2000. Na época, ele escrevia em um blog com o propósito de deixar seus textos em um lugar que fosse de fácil acesso. Porém, os seus escritos rapidamente ganharam espaço e leitores na internet. Foi quando uma das leitoras começou a chamá-lo de “Senhor Gentileza”, em referência ao tema central do blog.

“Quando eu decidi me dedicar exclusivamente à promoção da paz pela gentileza, as pessoas começaram a falar ‘o cara da gentileza’, ‘o Senhor Gentileza’”, lembra. “É um apelido, mas é também uma grande responsabilidade que foi entregue a mim, de ser exemplo de gentileza para a sociedade”.

Dedicado a cumprir essa missão, Luiz Gabriel idealizou a Rede Mundial de Gentileza Pontinho de Luz, um movimento humanitário que tem como finalidade promover o conceito que carrega no nome e ajudar quem mais precisa.

“Toda vez que você pratica gentileza, por mais simples que seja o seu gesto, você está sendo um pontinho de luz na humanidade”, defende o palestrante.

Uma ferramenta de mudança social

Para o Sr. Gentileza, o conceito que é celebrado neste dia 13 é muito mais do que um apelido, mas uma forma de transformar a sociedade contemporânea.

“Gentileza é uma ferramenta poderosa de transformação da sociedade. Transformação de tudo aquilo que nos incomoda. Então a gente está falando de falta de educação das pessoas, a gente está falando de egoísmo, a gente está falando de violência. A gentileza é uma ferramenta que convida a sociedade a adotá-la como modo de vida. A gentileza é, para mim, com a intenção de beneficiar o coletivo”, explica.

Pequenos gestos, grandes impactos

Luiz Gabriel destaca que, atualmente, a luta por uma sociedade melhor não está apenas nas grandes ações, em atitudes heróicas e históricas, mas nos pequenos gestos do dia a dia.

“Por muito tempo, as nossas referências de paz, de humanitaristas, eram pessoas que abdicavam da própria vida para se dedicar a cuidar das outras pessoas. Hoje, entendemos que, primeiro, a gente olha para dentro. A gentileza começa com o próprio eu. Eu cuido da minha saúde mental, da minha saúde espiritual, da minha saúde financeira, da minha saúde familiar, para que eu fique bem e possa compartilhar com o outro”, defende. “Esse ser solidário não é distribuir mil refeições em um fim de semana numa praça pública ou em comunidades carentes. É se preocupar, primeiro, com quem está dentro da sua casa, com o seu vizinho, jogar o lixo no lugar certo, respeitar a faixa de pedestre, dividir um quilo de arroz com quem não tem… Gentileza são gestos pequenos, simples, do seu dia a dia, mas cuide de você primeiro. Quando transbordar, você compartilha”.

Gentileza pelo fim da violência

Por fim, mesmo após décadas estudando um conceito e se dedicando à promoção da paz, o Sr. Gentileza não nega que há momentos em que sente raiva. A diferença está na forma como ele trabalha esse sentimento.

“Eu me sinto irritado, eu tenho vontade de devolver uma grosseria com outra grosseria, eu tenho vontade de chutar uma coisa na rua, eu tenho vontade de dar um tapa em uma mesa, eu tenho vontade de gritar… Quando isso acontece, é a própria vida me lembrando que sou humano. A diferença é que quem adota a gentileza como modo de vida aprende a respirar fundo, contar até dez, e, muitas vezes, se calar. É melhor se calar do que se tornar um agressor. Gentileza é pelo fim da violência. Por qualquer tipo de violência. Então, a gente não pode se tornar um agressor como eles são”, conclui.

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