Remoção ocorreu horas depois da Prefeitura de São Paulo decidir que a escultura configura peça publicitária e violou a Lei Cidade Limpa
‘Touro de Ouro’ da B3 é removido do centro de São Paulo por falta de licença
O polêmico “Touro de Ouro” da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) foi removido na noite desta terça-feira (23), após a Prefeitura de São Paulo decidir, por meio da CPPU (Comissão de Proteção da Paisagem Urbana), autuar e remover a escultura com base na Lei Cidade Limpa.
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O vídeo da remoção foi postado em uma rede social por um dos idealizadores da obra, o apresentador e sócio da XP Investimentos Pablo Spyer.
A ordem de retirar a obra veio após votação apertada da CPPU. Foram cinco votos favoráveis à remoção, quatro contrários e uma abstenção. O argumento foi que a escultura configura peça publicitária não autorizada. Na reunião, o colegiado ainda decidiu — desta vez em votação unânime — que a escultura infringiu os artigos 39 e 40 por ter sido inaugurada antes de obter a permissão da CPPU.
A Comissão de Proteção à Paisagem Urbana é composta de oito representantes da prefeitura e oito da sociedade civil e analisa casos relacionados à aplicação da legislação de anúncios, mobiliário urbano e inserção de elementos na paisagem urbana.
A legislação prevê as seguintes sanções para esculturas ou anúncios colocados sem autorização da prefeitura: multa; cancelamento imediato da licença do anúncio indicativo ou da autorização do anúncio especial; ou remoção do anúncio. Por isso, a CPPU notificará a subprefeitura da Sé para decidir quais são as multas cabíveis nesse caso.
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Rafael Brancatelli, o artista responsável pela criação da escultura, participou da reunião e tentou defender o Touro de Ouro.
“A obra não tem nenhum tipo de relação, afronta às pessoas mais simples. Muito pelo contrário. O touro é um símbolo universal, muito antigo. Significa, mais do que tudo, superação. É um animal corajoso”, afirmou.
Ele também sugeriu retirar do touro a placa com QR Code e mensagens que remetem à B3, para que a obra não seja caracterizada como peça de publicidade. Além das alusões à B3, a placa menciona o bordão “Vai, Tourinho”, do apresentador Pablo Spyer.
Brancatelli inaugurou a obra em 16 de novembro, junto de Pablo Spyer. No dia da cerimônia, a B3 afirmou em nota que a escultura seria acompanhada de uma campanha para reforçar que a obra representa as características da população brasileira.
“Ela [campanha] será protagonizada por quatro pessoas comuns que contarão como a decisão de terem se tornado investidoras impactou a vida delas. No mês de outubro, a B3 atingiu a marca histórica de 4 milhões de contas de pessoas físicas em renda variável”, completou a empresa, em nota.
A escultura viveu momentos turbulentos desde que foi instalada em frente à B3. Nos dois dias seguintes, a peça foi alvo de protestos, pintada e pichada.
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