O Brasil encerrou o terceiro trimestre de 2021 com 13,5 milhões de profissionais em situação de desemprego, número que corresponde a 12,6% da população economicamente ativa. A taxa é 1,6 ponto percentual inferior à registrada entre os meses de abril e junho.
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A informação, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (30), corresponde também a um recuo no nível de desemprego na comparação com o trimestre finalizado em setembro, quando 13,7 milhões (13,2% da população) estavam fora do mercado de trabalho.
O recuo do desemprego ocorre no mesmo momento em que a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) indica o crescimento de 4% do número de profissionais alocados no mercado de trabalho, atualmente em 93 milhões.
Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, avalia que “houve um processo significativo de crescimento da ocupação, permitindo, inclusive, a redução da população desocupada, que busca trabalho, como também da própria população que estava fora da força de trabalho”.
Diante do crescimento no número de profissionais no mercado de trabalho, o nível da ocupação, percentual de pessoas em idade de trabalhar que estão no mercado de trabalho, chegou a 54,1%. No segundo trimestre, esse percentual era de 52,1%.
O aumento na ocupação está relacionado, principalmente, com as atividades de comércio (7,5%), com 1,2 milhão de trabalhadores a mais, indústria (6,3%, ou 721 mil pessoas), construção (7,3%, ou 486 mil pessoas) e serviços domésticos (8,9%, com adição de 444 mil pessoas).
A pesquisa mostra ainda que a informalidade responde por 54% do crescimento da ocupação no período entre os meses de julho e setembro deste ano.
Entre as categorias de emprego que mais cresceram na comparação com o trimestre anterior aparecem os empregados do setor privado sem carteira assinada (10,2%), que somaram 11,7 milhões de pessoas.
No mesmo período, o número de trabalhadores domésticos avançou a 5,4 milhões, aumento de 9,2%. Trata-se da maior alta da série histórica do IBGE, iniciada em 2012. O contingente atual desses trabalhadores, no entanto, segue inferior ao do período pré-pandemia.
Se considerados apenas os trabalhadores sem carteira, houve aumento de 10,8% da população ocupada, o que representa 396 mil pessoas fora do grupo de desocupados.
Para Beringuy, os dados confirmam o processo de recuperação que já vinha ocorrendo desde junho. “A categoria dos empregados domésticos foi a mais afetada na ocupação no ano passado e nos últimos meses”, explica ela.
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Apesar do avanço no número de pessoas ocupadas, o rendimento real recebido pelos trabalhadores no terceiro trimestre foi de R$ 2.459.
O valor representa uma queda de 4% em comparação aos três meses anteriores e de 11,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A massa de rendimento (R$ 223,5 bilhões), por sua vez, ficou estável nas duas comparações.
De acordo com Beringuy, esses números mostram que o aumento da ocupação foi puxado por postos de trabalho com salários menores.
“Há um crescimento em ocupações com menores rendimentos e também há perda do poder de compra devido ao avanço da inflação”, avalia a coordenadora da pesquisa.