A região do Cariri, no Ceará, apresenta “alto risco” e “muito alto risco” de reintrodução do vírus do sarampo, de acordo com os parâmetros da Secretaria de Saúde do estado (Sesa). Recentemente, a cidade de Crato registrou o primeiro caso da doença, o que tem assustado os moradores. Outra situação que preocupa é a cobertura vacinal, que teve menos de 95% da meta atingida entre janeiro e setembro de 2021 e uma taxa de abandono superior a 10%.
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A vacinação é a única forma de conter a transmissão do sarampo. A doença, que até 2018 estava eliminada no País, tem registrado casos contínuos. Conforme a Secretaria da Saúde, toda pessoa não vacinada é suscetível a contrair o sarampo e é essencial que a população esteja com a caderneta de vacinação em dia. O imunizante está disponível nos postos de saúde dos 184 municípios do Estado.
“A única maneira de evitar surtos e mortes pela doença é vacinando. Os surtos de sarampo ocorrem quando as pessoas que não estão protegidas contra o vírus são infectadas e transmitem a doença. Para evitar os casos, precisamos manter as taxas de cobertura vacinal, com a primeira e segunda doses, em 95%“, explica Kélvia Borges, orientadora da Célula de Imunização da Sesa.
Crianças com menos de um ano, seguido do grupo em idade pré-escolar, de um a quatro anos de idade, são os mais afetados pelo vírus. Kelvia reforça ainda que “a baixa adesão à vacina e o acúmulo de crianças não vacinadas ou com esquema incompleto poderão contribuir para o surgimento de surtos e epidemias”. Por esse motivo, ela complementa, “é imprescindível oportunizar intensamente a vacinação de rotina e estabelecer estratégias de vacinação eficazes no resgate dos não vacinados”.
Sintomas
Com potencial de transmissibilidade alto, o sarampo pode acometer pessoas de todas as faixas etárias. A transmissão ocorre de uma pessoa para outra, por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. “Somado ao fluxo de pessoas entre os estados e países, o sarampo pode se espalhar, inclusive, para locais que já eliminaram a doença”, pontua Raquel Magalhães, orientadora da Célula de Vigilância Epidemiológica da Sesa.
Febre, manchas vermelhas, tosse, coriza e/ou conjuntivite são sintomas da doença. Todo caso suspeito é comprovado por critério laboratorial ou vínculo epidemiológico.
A presidente da Sociedade Cearense de Pediatria, Anamaria Cavalcante, alerta que a doença pode causar sérios danos à saúde tanto nas crianças como nos adultos. ” O sarampo causa muita dor no corpo e como não existe tratamento específico para doença, a vacina se torna muito importante”.
Calendário de vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola
A imunização contra o sarampo acontece por meio da vacina Tríplice Viral, que combate não só esta doença, mas também a caxumba e a rubéola. Confira como deve ser o esquema vacinal:
- 12 meses: 1ª dose com Tríplice Viral;
- 15 meses: 2ª dose com Tetra Viral ou Tríplice Viral + Varicela;
- 12 meses a 29 anos: comprovar duas doses de vacina contra o sarampo;
- 30 a 59 anos: comprovar uma dose de vacina contra o sarampo;
- Profissionais de saúde: comprovar duas doses de vacina contra o sarampo, independente da idade.
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Sarampo no Cariri
A Secretaria Municipal de Saúde de Crato, na região do Cariri, detalhou, por meio de nota, as ações da pasta sobre o caso de sarampo na cidade.
“Após comunicada, a equipe da SMS iniciou a investigação epidemiológica em campo e realizou as medidas adequadas, de acordo com os protocolos preconizados pelo Ministério da Saúde” e que “a paciente encontra-se com estado geral de saúde bom, realizando suas atividades e nenhum dos contactantes apresentaram sinais ou sintomas da doença, até o momento”, informou.
Notificações
Em caso de dúvidas, a orientação é entrar em contato com a Vigilância das Doenças Exantemáticas da Sesa, em dias úteis, pelo número (85) 3101-5214 ou e-mail: imunopreveniveis@gmail.com. Nos demais dias e horários, o contato pode ser feito com o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) pelo celular (85) 98724-0455.
As unidades de saúde devem comunicar às Secretarias Municipais de Saúde dentro das primeiras 24 horas da identificação. Além disso, a notificação deve ser registrada também na pasta estadual.
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