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Casos graves de síndromes gripais nas UPAs do Ceará caem 82% em relação à primeira onda

Casos graves de síndromes gripais nas UPAs do Ceará caem 82% em relação à primeira onda

Foto: Prefeitura de Fortaleza

Apesar da alta incidência de síndromes gripais e Covid-19 em dezembro de 2021 e em janeiro deste ano, dados registrados em nove Unidades de Pronto Atendimento de Fortaleza indicam que o número de transferências para unidades de alta complexidade segue em tendência de queda. Dos mais de 56 mil atendimentos realizados até o último dia 19 de janeiro, apenas 2.609 necessitaram de transferência, cerca de 4,5% do total.

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Comparando com o cenário sem vacinação, nos meses de pico das duas ondas anteriores de covid-19 no Brasil – maio de 2020 e março de 2021 – os índices de transferências por síndrome gripal para leitos em unidades de média e alta complexidade eram superiores aos atuais, chegando a uma diferença proporcional de 82% entre o atual período e a fase mais crítica da primeira onda.

Em maio de 2020, uma a cada quatro pessoas que buscavam as UPAs (25,61%) precisava ser encaminhadas para leitos de hospitais de maior complexidade. Em março de 2021, a necessidade de internação – seja enfermaria ou UTI – chegava a 17,27% dos pacientes atendidos. No recorte atual, com a maioria da população vacinada, a cada vinte pessoas que dão entrada nas UPAs apenas uma necessita de transferência.

Os dados constam em levantamento realizado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) junto às nove Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs) de Fortaleza geridas pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH).

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Atendimentos por síndromes gripais

Os atendimentos por síndromes gripais, o que inclui resultado positivo para covid-19, de 1º de dezembro de 2021 a 19 de janeiro de 2022 nessas unidades aumentaram 183,7% em relação ao mesmo período no intervalo de um ano – dezembro de 2020 e janeiro de 2021. São 56.783 atendimentos registrados, contra 20.011 de dezembro de 2020 e janeiro de 2021.

Se comparado apenas o mês de janeiro deste ano com janeiro do ano passado o número de atendimentos mais que duplicou – 26.080 a 11.478 -, mesmo que o mês atual ainda não tenha chegado ao fim.

No primeiro mês deste ano, até o dia 19, 46% dos pacientes das UPAs analisadas tinham sintomas gripais. Neste mês foram registrados 59 óbitos nessas unidades. Em 2020 e 2021, a situação foi mais grave. No pior mês da pandemia no ano passado, março, houve 321 óbitos nas mesmas unidades. Em maio de 2020, as síndromes respiratórias correspondiam a 41,04% dos atendimentos e 532 morreram.

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Vacinação reduz casos graves

Em Fortaleza, 82,5% dos residentes tomaram duas doses de vacina contra a Covid-19 e 31,2%, a dose de reforço. Segundo a infectologista Melissa Medeiros, o perfil dos pacientes com quadro de saúde agravado está também relacionado a menores respostas imunológicas à vacina.

“Há muitos idosos internados e sabemos que esse grupo populacional tem resposta vacinal menor. A dose de reforço oferece uma proteção maior, então deve ser tomada com prioridade neste público, assim como em quem tem comorbidades. Também observamos pessoas não vacinadas entre os casos graves”, explica a médica.

Medeiros explica, ainda, que outros fatores associados à vacina também reforçam esse menor agravamento, pelo menos parcial, do que já pode ser considerada a terceira onda da pandemia no Ceará.

“Essa variante Ômicron tem como diferencial a capacidade de transmissibilidade rápida, maior que as que circularam anteriormente. Percebemos também que os sintomas da Covid-19 estão diferentes, muitas vezes confundidos com os da influenza, principalmente a dor aguda na garganta. Houve confusão entre as doenças, sobretudo em dezembro de 2021, mas agora em janeiro já percebemos o predomínio de pacientes com covid-19”, finaliza.

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