A Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE) estima que, no início deste ano, os materiais escolares sofrerão uma alta de preços. De acordo com a Associação, os valores irão acompanhar a inflação e a alta do dólar. A entidade explica que as indústrias e os importadores estão sofrendo um aumento de custos considerável, o que vai refletir nos preços dos produtos finais. Desse modo, o aumento dos preços dos materiais escolares pode chegar a 30%.
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O custo elevado é devido ao aumento frequente do valor das matérias-primas, como por exemplo, papel, papelão, plástico, químicos, embalagem, etc. Produtos importados aumentaram devido à variação do dólar no Brasil, os aumentos de custos na Ásia e a elevação dos preços de fretes internacionais, decorrente da falta de containers, de acordo com a ABFIAE.
Influência cambial e inflação
De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação atingiu 10,06% em 2021, e um dos culpados seria o dólar que valorizou 8% frente ao real no ano passado.
Como o Brasil depende de várias matérias-primas vindas do exterior, quando o dólar sobe, os insumos ficam mais caros, e o preço final para o consumidor aumenta, explica o economista Newton Marques.
“Se você compra material geralmente importado da China, isso acaba afetando. Todas as vezes que compra algum produto que tem influência cambial, com a desvalorização cambial aumentou bastante e ainda somada a questão da inflação”, afirma.
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Crise marítima afeta materiais escolares
A pandemia impactou fortemente o transporte marítimo internacional, ocasionando a falta de contêineres. Em 2021, com a retomada dos negócios entre os países, após períodos de retração por causa da pandemia, ocorreu no Brasil uma demanda maior do que a capacidade de transportar os produtos, e as empresas reclamam que estão atrasando o envio de mercadorias pelos portos porque não têm contêineres, explica o advogado especialista em Transporte Marítimo, Larry Carvalho
“O que está acontecendo é um problema grande de oferta e demanda. Você tem de um lado uma demanda grande por frete, por causa de economias aquecidas, você tem uma corrida de compras e o setor tem necessidade de transporte marítimo”, disse.
Uma pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que consultou 128 empresas e associações industriais, apontou que o preço do contêiner, antes de US$ 1,8 mil a US$ 2 mil por unidade antes da pandemia, pulou para US$ 10 a US$ 12 mil. O resultado mostrou que mais de 70% dos entrevistados sofreram com a falta de contêineres ou de navios e mais da metade foi obrigada a cancelar ou suspender as atividades. A pesquisa também apontou que 96% das empresas perceberam um aumento no valor do frete de importação e 76% no das exportações.
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